Título: UE vai taxar grandes poluentes
Autor: Evanildo da Silveira
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/02/2005, Vida, p. A11

Europeus aprovam novas diretrizes contra mudanças climáticas BRUXELAS - A Comissão Européia (CE), o braço executivo da União Européia (UE), aprovou ontem uma série de propostas que marcarão sua política no combate a mudanças climáticas drásticas a partir de 2012, entre elas um imposto para dois setores bastante poluentes: da aviação e do transporte marítimo. Em 2012, acabará o primeiro período dos compromissos assumidos sob o Protocolo de Kyoto, que entrará em vigor na próxima quarta-feira. Por isso, a CE considera que o momento de fixar as diretrizes para as futuras negociações internacionais nessa área é a partir de agora.

O governo do bloco não estabeleceu, no entanto, nenhum objetivo de redução de emissões de gases a longo prazo. Mas adverte para a necessidade de evitar que a temperatura do planeta aumente mais de 2ºC em relação aos níveis de 1990.

O comissário de Meio Ambiente, Stavros Dimas, ressaltou que "não é o momento de estabelecer novos objetivos". Ele disse que, segundo um estudo recente, para conseguir que a temperatura não aumente acima do limite de 2,5ºC os investimentos necessários equivaleriam a 0,5% do PIB, um "custo possível de ser assumido e sensivelmente menor do que o da inércia".

Entre as medidas que a CE propõe agora estão obter maior participação dos países que mais contaminam (como Estados Unidos, China e Índia) e a ampliação dos efeitos das medidas contra a mudança climática para áreas ainda não incluídas, como aviação e transporte marítimo.

Dimas afirmou que está sendo examinada a possível participação do setor da aviação no sistema de comércio de emissões, enquanto no caso do marítimo indicou que vem sendo feita uma análise de suas emissões, que representam 3% em nível mundial.

Por isso, o comissário defendeu que se estabeleça algum tipo de imposto ou tarifa ou a participação desses setores no sistema de comércio de emissões. Sobre a colaboração internacional Dimas assinalou que "espera conseguir avanços" com os EUA, enquanto também há sinais positivos em relação à China.