Título: INSS anuncia queda de R$ 1 bi no seu déficit
Autor: Isabel Sobral
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/04/2005, Nacional, p. A4

Ministro comemora, mas redução do rombo já era esperada por técnicos do governo Na tentativa de amenizar a pressão das denúncias contra ele, o ministro da Previdência, Romero Jucá, anunciou ontem queda de R$ 1 bilhão no déficit do INSS: de R$ 2,7 bilhões em março para R$ 3,7 bilhões em fevereiro. Mesmo assim, o resultado do mês passado ficou acima da meta de R$ 2,2 bilhões de déficit projetado para o mês, anunciada por Jucá um dia depois de sua posse, há dez dias.

Além disso, a queda era esperada pelos técnicos do governo, pois a arrecadação tem crescido e alguns gastos atípicos de fevereiro não se repetiriam em março.

Sob intenso fogo cruzado, Jucá ainda não conseguiu pôr em prática o pacote de medidas anunciado com pompa no Planalto quando tomou posse. A principal, a mudança do cálculo do auxílio-doença, pago a empregados que ficam incapacitados para o trabalho além de 15 dias, só começará a mostrar resultado em abril, pois entrou em vigor no fim de março, por medida provisória. Segundo o INSS, o gasto médios com esse benefício subiu de R$ 3 bilhões para R$ 9 bilhões nos últimos dois anos.

Jucá admitiu que as outras ações - cruzamento dos dados dos cadastros públicos, monitoramento de grandes devedores, melhora do atendimento dos segurados nas agências e reestruturação da informatização - ainda estão em discussão ou não têm resultados. Apesar disso, ele garantiu que está mantida a meta de redução do déficit do INSS em 40% em dois anos. A projeção é que fique em R$ 32 bilhões este ano e caia para R$ 24 bilhões em 2006. "Vamos cobrar de todos os devedores, é para isso que fui nomeado", disse.

Segundo ele, em março já houve corte de alguns benefícios temporários pagos em duplicidade pelo INSS, o que seria um resultado prático dos cruzamentos das bases de dados da Previdência e da Receita Federal. A elaboração técnica da medida, no entanto, começou no ano passado, quando o ministro era o senador Amir Lando. Jucá não soube informar quantos benefícios foram cortados, ou quanto foi economizado, explicando que os detalhes dos pagamentos de um mês só são processados ao longo do mês seguinte.

Para tentar reduzir as filas nas agências, ele afirmou que o ministério estuda parcerias com bancos - especialmente Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal - e os Correios para que repassem aos clientes informações. "Uma pesquisa nos mostrou que quase 25% das pessoas que estão nas filas buscam informações e outra parte passa horas esperando e não consegue pedir o benefício porque faltou algum documento", contou