Título: TAM e Varig iniciam 'desmanche' de parceria
Autor: Nilson Brandão JuniorAlberto Komatsu
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/02/2005, Economia, p. B13

Empresas apresentam ao Cade programa que prevê encerramento do acordo antes do fim do 1.º semestre RIO - A TAM e a Varig apresentam hoje um programa de "desmanche organizado" do acordo operacional, iniciado em março de 2003, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), tentando mostrar que a operação de separação vai provocar o menor impacto possível aos usuários. A meta é encerrar o acordo até o fim do primeiro semestre, provavelmente ainda em maio. O fim do acordo deverá resultar na redução da freqüência de vôos e na cobertura de destinos. Segundo o vice-presidente de Finanças da TAM, Líbano Barroso, o objetivo é honrar os bilhetes emitidos e as reservas no âmbito do acordo e tentar reduzir o impacto para os clientes. Por isso, o projeto é tentar encerrar acordo antes de meados do ano.

"A partir de julho e agosto tem novo período de alta temporada e isso causaria mais estresse para o cliente", disse Barroso, que preferiu não adiantar detalhes do projeto que será levado ao Cade. A Varig confirma que uma das conseqüências do fim do acordo poderá ser a redução de freqüências e a possibilidade de deixar de atender rotas menos rentáveis.

O vice-presidente Comercial e de Planejamento da Varig, Alberto Fajerman, comentou que essas duas medidas estão em estudo porque, a princípio, a empresa não pretende trazer novos aviões este ano. "Estamos simulando ambas as alternativas, mas apenas uma vai prevalecer", afirmou o executivo, ontem à tarde, acrescentando que não haverá prejuízo para o consumidor.

Durante o período do acordo operacional, as duas empresas racionalizaram horários de vôos e aumentaram as taxas de ocupação, o que se traduziu em maior rentabilidade para as operações. Houve críticas, contudo, de que essa racionalização acabou prejudicando os usuário, por ter diminuído as alternativos de horários para embarque.

Se forem realizadas de forma gradual, as últimas etapas implantadas serão as primeiras a serem suspensas. A parceria teve início em março de 2003 nos aeroportos centrais e na ponte aérea Rio-São Paulo. No mês seguinte foi a vez do Norte e Nordeste. O acordo foi estendido para as demais regiões do País em maio do ano passado. A quarta fase, que não chegou a acontecer, previa a entrada em operação da empresa gestora do code share.