Título: Briga das operadoras segura aumento na ligação de telefone fixo para móvel
Autor: Renato Cruz
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/03/2005, Economia, p. B1

Ainda pode demorar algumas semanas para que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) decida qual será o reajuste das ligações feitas de um telefone fixo para um celular. Esse aumento, que poderia ter entrado em vigor no dia 9 de fevereiro, depende da definição de outro reajuste, o da tarifa de interconexão entre as redes das empresas. Mas fracassou ontem mais uma tentativa de acordo entre as operadoras móveis e as fixas sobre a taxa, um dos itens de custo da tarifa ao consumidor. As operadoras de telefonia fixa, segundo o presidente interino da Anatel, Elifas Gurgel do Amaral, propuseram uma redução de 20% no índice que corrigirá as tarifas ao consumidor, o que poderia resultar em um aumento de 9,71% nas ligações fixo-móvel. Sem o redutor, a correção poderia chegar a 12,14%, índice correspondente ao IGP-DI acumulado nos últimos doze meses. No entanto, o reajuste só será definido quando as empresas se entenderem quanto ao novo preço da conexão entre as redes fixas e celular.

Segundo Amaral, a proposta de redução de 20% foi apresentada pelo presidente da Telemar, Ronaldo Iabrudi, durante audiência de conciliação, ontem, entre todas as empresas, na sede da Anatel, em Brasília. Esse foi o primeiro passo da agência depois que operadoras pediram arbitragem do órgão regulador.

EXPANSÃO

O País fechou o mês passado com 67,4 milhões de assinantes de telefonia móvel, de acordo com a Anatel. O número representa uma expansão de 811 mil ante os 66,6 milhões existentes em janeiro.

COBRANÇA: As operadoras de TV por assinatura também serão chamadas pela Anatel, que vai cobrar melhoria nos serviços, anunciou o presidente interino da agência, Elifas Gurgel do Amaral, que promete divulgar o ranking das piores operadoras de telefonia fixa em abril. Depois, será a vez das TVs por assinatura. Amaral reconheceu que as reclamações sobre os serviços das operadoras fixas vêm caindo, mas ainda existem muitas queixas - por exemplo, em relação à emissão de faturas e ao atendimento.