Título: PT não considera que Déda tenha praticado nepotismo
Autor: Eugênia Lopes
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/04/2005, Nacional, p. A4

O presidente do PT, José Genoino, afirmou ontem que "do ponto de vista da norma partidária" o prefeito de Aracaju, Marcelo Déda, não praticou nepotismo, mesmo tendo a mulher empregada como secretária parlamentar do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) desde fevereiro de 2003. "Seria proibido se ela trabalhasse no gabinete dele, na prefeitura", disse. "Como ela não é funcionária dele, pode trabalhar em outros gabinetes. Não tem nada de errado." Indagado se a estratégia não abriria espaço para manobras com o objetivo de empregar parentes em outros gabinetes - uma espécie de "nepotismo cruzado" -, Genoino respondeu que não. "Então eu vou proibir que mulher de petista trabalhe? Eu sou presidente do PT e só posso falar institucionalmente", comentou. Na Câmara, deputados de vários partidos usaram do expediente para contratar mulheres, filhos e até sobrinhos de colegas. "Que investiguem, então", disse Genoino. Um dos casos de "nepotismo cruzado" foi protagonizado entre os líderes do PP, José Janene (PR), e do PMDB, José Borba (PR). Para Genoino, o caso da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva - que tem seu marido, Fábio Vaz Lima, empregado no gabinete do senador Sibá Machado (PT-AC) -, também não fere a norma partidária. O marido de Marina recebe R$ 8,2 mil como assessor técnico. A mulher de Déda, Eliane Aquino Custódio, ganha R$ 6,2 mil como secretária parlamentar.