Título: Mais obras nas rodovias, mais pedágio
Autor: José Maria Tomazela
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/04/2005, Metrópole, p. C1

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) deu ontem em Jundiaí uma boa e uma má notícia aos motoristas paulistas. Ele anunciou um pacote de obras de R$ 846,8 milhões, para melhorar as estradas, mas garantiu que não vai atender à reivindicação de não aumentar os pedágios. As tarifas cobradas nas 78 praças das rodovias estaduais serão reajustadas em julho, de acordo com o IGPM, índice medido pela Fundação Getúlio Vargas, acumulado em 12 meses. Ele esteve na cidade para lançar o pacote de obras viárias a serem executadas em dois anos pelas concessionárias do programa de concessões rodoviárias de São Paulo. O pacote inclui a duplicação de 246,7 quilômetros de rodovias, construção de 127 km de acostamentos, de 74,8 km de faixa adicional, de 45,7 km de vias marginais, além de 74 trevos e acessos, 9 pontes e 7 passarelas.

Segundo Alckmin, o índice anual do pedágio está previsto nos contratos firmados com as 12 concessionárias. "Senão, o governo teria de colocar dinheiro público no sistema." Se fosse vigorar este mês, o aumento seria de 11,12%. O custo do pedágio numa viagem entre São Paulo e Sorocaba, ida e volta, iria de R$ 17,60 para R$ 19,65.

Alckmin disse que a política do governo tem sido a de renegociar pontualmente os contratos para que as empresas invistam mais do que está previsto. "Conseguimos fechar um pedágio em Campinas e não dar o reajuste integral para praças em pista simples por meio da negociação." Ele considera que o pedágio de São Paulo não é caro, pois, disse, o Estado tem as melhores rodovias do País. "O ranking da Confederação Nacional dos Transportes de 2004 inclui 16 rodovias do nosso programa de concessões entre as 20 melhores do Brasil."

Segundo ele, o preço cobrado é o "possível", pois o modelo de São Paulo é o de maior ônus de concessão, ou seja, o que dá maior contrapartida para o Estado e não o de menor tarifa. Para ele, o custo do pedágio não assusta os investidores. "Você sai de São Paulo e não consegue andar. Quanto custa para um empresário uma rodovia destruída?"

Entre as obras a serem concluídas até o segundo semestre de 2006 (Veja as principais na página 3), a mais cara é a construção de quarta faixa na Rodovia dos Bandeirantes (SP-348) entre São Paulo e Jundiaí (km 13 ao 47): R$ 55,6 milhões. Segundo a Autoban, a obra terá início imediato. A empresa já está construindo o trevo do km 62 da Anhangüera, de acesso a Itu e Circuito das Águas, orçado em R$ 32,9 milhões, e vai fazer a Marginal de Campinas na Via Anhangüera do km 98 ao 103,5 (R$ 38,6 milhões). Será duplicada a Raposo Tavares de Cotia a Vargem Grande Paulista (km 34 ao 45,2). Já a extensão da segunda pista na Raposo até Sorocaba não sairá agora.