Título: Na TV, PSDB pede menos fala e mais trabalho
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/05/2005, Nacional, p. A10

"Menos conversa e mais trabalho" - este foi o mote principal do programa regional de propaganda partidária do PSDB que foi ao ar ontem à noite em todos os Estados, numa clara alusão para marcar a diferença com o principal adversário dos tucanos nas eleições de 2006, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT. O programa do PSDB teve inserções dos governadores Geraldo Alckmin e Aécio Neves; e, em alguns Estados, do prefeito José Serra. O programa paulista não mostrou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Num jantar em Belo Horizonte, no dia 23, os cardeais tucanos decidiram que Alckmin e Aécio dividiriam um espaço de cinco minutos em todos os programas regionais, para se fazerem mais conhecidos dos eleitores fora de seus Estados. Mas em Pernambuco, Bahia, Paraíba, Paraná e Maranhão o prefeito José Serra ganhou uma aparição especial.

No paulista, o PSDB começou a mostrar as idéias que certamente marcarão a campanha de seu candidato à presidência da República, ano que vem. No programa paulista o governador foi chamado de "Geraldo", abandonando o Alckmin, de mais complicada memorização pelo povo "estrangeiro". "Ele fala pouquíssimo, mas trabalha muitíssimo", disse sobre Alckmin uma eleitora na rua, frisando o efeito das palavras.

FALAR MENOS

"Fala pouco, aparece pouco, mas faz aquilo que realmente interessa - trabalha", reforçou o apresentador do programa. "Se todo governante falasse menos e trabalhasse mais, ajudaria o Brasil inteiro", alfinetou Serra no programa do Paraná. Antecipando o enfrentamento do próximo ano, o apresentador do programa paulista disse: "Em vez de mandar levantar da cadeira e trocar de banco, criou o Banco do Povo", numa clara menção a uma fala recente do presidente Lula. O próprio Alckmin, ao final, ataca: "O País precisa baixar impostos e incentivar impostos, e não ser o campeão de juros".No programa mineiro, um sorridente Aécio centrou sua fala na eficiência das gestões tucanas, destacando que o PSDB coloca "gente eficiente" nos cargos públicos. Ele realçou o processo de reequilibro financeiro do Estado, batizado de "déficit zero". Aécio não apareceu em São Paulo e Alckmin não entrou no programa mineiro.

Colaboraram: Eduardo Kattah, Evandro Fadel e Elder Ogliari