Título: Juiz devolve direitos políticos a Garotinho
Autor: Felipe Werneck, Roberta Pennafort
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/06/2005, Nacional, p. A9

Os advogados do ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) e da governadora Rosinha Matheus conseguiram suspender provisoriamente na Justiça Eleitoral, por meio de liminar, a inelegibilidade do casal, determinada há duas semanas pela juíza de Campos Denise Appolinária, sob acusação de abuso de poder econômico e compra de votos. Com a decisão do juiz eleitoral Márcio Pacheco de Mello, Garotinho e Rosinha recuperaram seus direitos políticos, mas ainda cabe recurso.

Mesmo antes do julgamento do mérito pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o plenário da Casa pode, eventualmente, votar um agravo regimental contra a liminar. A medida também beneficiou Geraldo Pudim, candidato derrotado do PMDB à prefeitura de Campos que, como o casal Garotinho, ficara inelegível por três anos.

O presidente do TRE, desembargador Marlan de Moraes, afirmou que o julgamento final dos recursos contra a sentença de Denise deverá ocorrer em até três meses. "Esse prazo não depende apenas da Justiça Eleitoral. O Ministério Público e as partes também se manifestam, mas no que depender do TRE não haverá demora."

"A sentença não tinha sustentação que pudesse nos incriminar. Nós não desviamos recurso público nenhum. Eu sempre disse que isso iria se resolver", afirmou a governadora, que negou a acusação de uso da máquina pública. "Mesmo que tivesse sido provado o uso da máquina pública, a minha indignação foi porque a sentença faz lembrar aquele que rouba mas faz", disse ela, referindo-se à acusação de uso político de projetos ditos sociais do governo.

Em mais uma estocada indireta na juíza de Campos, que ele já acusou de ligação com o PT, Garotinho considerou, dessa vez, a decisão isenta. "Tentaram fazer uma intriga nossa com o judiciário do Estado. Houve um clima de animosidade criado artificialmente", declarou.