Título: CPI convoca Jefferson e livra Dirceu
Autor: Eugênia Lopes Vasconcelo Quadros
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/06/2005, Nacional, p. A13

Delcídio diz que só convocará os 'diretamente envolvidos', por isso Dirceu, Genoino, Silvio Pereira e Delúbio não foram chamados

O presidente da CPI dos Correios e líder do PT, senador Delcídio Amaral (MS), marcou para a próxima quarta-feira, dia 29, o depoimento do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) à comissão. A CPI deveria aprovar, ainda ontem, 110 requerimentos com a convocação de autoridades e pessoas ligadas ao escândalo de corrupção. O comando da CPI decidiu restringir, nesta primeira fase, os depoimentos a pessoas diretamente ligadas ao suposto esquema de corrupção nos Correios. Entre os convocados está Mauro Dutra, amigo do presidente Lula, e dono da empresa Novadata. Também irão depor funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que acompanharam as denúncias de corrupção. A CPI não convocará, imediatamente, o ex-ministro José Dirceu e dirigentes do PT. Os requerimentos para convocar Dirceu, o presidente do PT, José Genoino, o secretário-geral, Sílvio Pereira, o tesoureiro, Delúbio Soares, e o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz só serão analisados pelo relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), e votados ao longo do desenrolar das investigações da comissão. Pelo cronograma da CPI, 21 pessoas serão chamadas para depor nas próximas duas semanas. A expectativa é convocar para depor amanhã o dono da empresa Coman, Arthur Waschek Neto, que teria pedido a lobistas para gravar a conversa com o ex-funcionário Maurício Marinho, que falou sobre o esquema de corrupção. Na semana que vem, deverão depor ex-diretores, como Antonio Osório Batista, ex-chefe de Marinho, além de Jefferson. Os partidos de oposição criticaram o tamanho da lista apresentada ontem pelo comando da CPI com os nomes das 21 pessoas que serão ouvidas na primeira fase das investigações. "É muita gente. Não adianta o governo achar que vai ganhar tempo com isso", disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). "Essa lista dá o sentido de procrastinação das investigações", afirmou o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN).