Título: Rondeau promete seguir as linhas de Dilma
Autor: Isabel Sobral
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/07/2005, Economia & Negócios, p. B3

BRASÍLIA - O novo ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, se comprometeu ontem a manter a estabilidade das regras no setor de energia, seguindo as linhas negociadas com o mercado. Também prometeu dar continuidade à gestão da ex-ministra Dilma Rousseff . "A minha gestão será marcada pelo respeito às regras estabelecidas, seguindo sempre políticas claras e amplamente discutidas com o mercado", afirmou, depois de receber o cargo, em cerimônia presenciada por políticos e funcionários da Eletrobrás, estatal que presidia até a semana passada. Rondeau assume a pasta tendo como desafio evitar um novo apagão no médio prazo. Por isso, uma de suas prioridades é assegurar condições para que haja investimentos e que o novo modelo do setor elétrico seja efetivamente aplicado. Ele citou como exemplos de prioridade a conclusão de obras de hidrelétricas como as de Belo Monte e do Rio Madeira, na Região Norte, que vão acrescentar 12,5 mil megawatts à capacidade brasileira de geração de energia a partir de 2010. Outra meta mencionada pelo ministro foi a de promover a inclusão social através de programas como o Luz para Todos, cuja meta é levar energia elétrica a 9 milhões de brasileiros até 2008. E se comprometeu a dar continuidade à implantação do programa do biodiesel, cuja meta é adicionar à composição do combustível tradicional até 5% de biodiesel até 2008.

Rondeau recebeu o cargo das mãos de Maurício Tolmasquim, interinamente no posto desde a ida de Dilma para a Casa Civil. Tolmasquim lembrou que, no início do governo, quando assumiu o posto de secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, todos os agentes do setor estavam descontentes. A solução para os problemas apontados foi a elaboração do modelo de gestão do setor e planejamento de longo prazo .

AUTO-SUFICIÊNCIA

Com a Petrobrás batendo cada vez mais rapidamente recordes sucessivos de produção, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, antecipou ontem a possibilidade de o Brasil atingir ainda este mês a auto-suficiência em produção de petróleo. "O País está em vias - se já não está este mês - de garantir a auto-suficiência em petróleo", disse Dilma, no discurso de posse de Rondeau. A meta da Petrobrás é atingir a auto-suficiência em 2006.

Dilma dedicou boa parte do seu longo discurso para falar dos avanços feitos na Petrobrás durante o governo Lula. Elogiou o trabalho do presidente da estatal, José Eduardo Dutra, e afirmou que hoje o petróleo brasileiro está bastante valorizado internacionalmente, a despeito de ser considerado do tipo pesado. Dutra já informou que vai deixar o cargo para se candidatar nas próximas eleições, e é grande a expectativa em torno do nome que será indicado para comandar a empresa. Segundo a ministra, a administração de Dutra à frente da estatal tem sido muito bem sucedida no sentido de garantir a auto-suficiência em petróleo e estabilidade no setor de gás natural. E afirmou que nunca uma administração da empresa investiu tanto como agora.