Título: UBS deve assessorar a Varig
Autor: Mariana Barbosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/07/2005, Economia & Negócios, p. B12

Prazo de 60 dias para entrega do plano começou a contar ontem

Começou a contar ontem o prazo de sessenta dias para a Varig apresentar seu plano de reestruturação. Segundo os advogados da empresa, o prazo começou a correr com a publicação, ontem, da decisão que autorizou o processamento da recuperação judicial no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro. A Varig entrou com o pedido de recuperação no dia 17 de junho. Hoje a Varig deve anunciar os nomes dos consultores operacionais e financeiros que irão assessorá-la na elaboração do plano de reestruturação pelos próximos dois meses. Fontes no mercado financeiro confirmam que a assessoria financeira ficará com o banco suíço UBS - instituição que até 2000 era presidida, no Brasil, pelo vice-presidente do Conselho de Administração da Varig, Eleazar de Carvalho Filho. De acordo com fontes ligadas à empresa, está em negociação um empréstimo de US$ 50 milhões, sendo que US$ 15 milhões seria a remuneração da consultoria.

A reestruturação operacional da Varig contará com a assessoria da Lufthansa Consulting (LC), nome que já havia sido divulgado, embora não confirmado oficialmente. A LC pertence ao mesmo grupo da empresa aérea alemã Lufthansa, que é parceira da Varig no programa de milhagem Star Alliance. Entre outras coisas, a LC ficará responsável por elaborar um plano de modernização da frota da Varig.

Uma vez apresentado o plano, a Varig terá mais quatro meses para negociá-lo com credores. Por lei, é necessária a aprovação de 51% dos credores para que o plano seja implementado. Caso contrário, caberá a Justiça decretar a falência.

RECEBÍVEIS

A Varig ganhou mais uma rodada na batalha judicial contra a GE. Ontem, a 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro reverteu decisão que tinha sido concedida à GE, de forma liminar, para que os recursos de recebíveis a que ela tinha direito antes da recuperação judicial fossem bloqueados e mantidos em uma conta judicial. Segundo o advogado Fabiano Robalinho, do escritório Sérgio Bermudes, com a decisão de ontem os recursos poderão agora ser usados livremente pela Varig. A BR também tentou bloquear recebíveis da Varig, mas perdeu a ação na semana passada.

A liberação de recebíveis é uma das medidas previstas na nova Lei de Falências. Como as empresas que entram em recuperação judicial ficam desobrigadas de pagar dívidas passadas durante seis meses, a lei prevê a suspensão de recebíveis e outras garantias.

Numa demonstração de que ainda teria interesse na Varig, a portuguesa TAP contratou o banco JP Morgan para fazer elaborar um plano de investimento na Varig, informam fontes em Lisboa.