Título: Consulado pede ajuda a padres e pastores para localizar 39 brasileiros
Autor: João Caminoto
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/07/2005, Internacional, p. A14

LONDRES - O consulado brasileiro vai solicitar hoje a padres e pastores integrantes de um conselho da comunidade brasileira em Londres que ajudem a localizar 39 pessoas que não mantiveram contato com seus familiares no Brasil desde os ataques terroristas ocorridos na quinta-feira. Há em Londres cerca de 50 pastores evangélicos brasileiros. "Estamos tentando de todas as maneiras encontrar esses brasileiros que, por diversas razões, não contataram seus parentes, e os líderes religiosos poderão ser importantes nesses esforço", afirmou o cônsul-geral Fernando Mello Barreto. "Para nós não interessa qual é a situação jurídica dessas pessoas na Grã-Bretanha, o importante é apenas localizá-las e informar suas famílias no Brasil, que estão muito preocupadas", acrescentou Barreto.

Segundo uma estimativa do consulado, cerca de 100 mil brasileiros residem na capital britânica. De uma lista original de 146 pessoas que não entraram em contato com parentes no Brasil, 107 foram localizadas até ontem à noite pelo Itamaraty.

As autoridades britânicas continuam sendo muito rigorosas no controle de informações a respeito da identidade das vítimas dos atentados, que deixaram 52 mortos. A polícia iniciou ontem um complexo trabalho de reconhecimento dos mortos numa barraca de campanha montada no quartel da Honourable Artillery Company, no centro da capital britânica. Patologistas vão tentar identificar nesse mortuário improvisado os corpos que ainda não foram reconhecidos.

Partes de corpos que ainda não foram retiradas dos destroços do trem de metrô entre as estações de King's Cross e Russell Square também serão levadas ao local.

Especialistas estimam que o processo de identificação poderá estender-se por algumas semanas. A identificação inicial deverá ser feita por meio de impressões digitais e históricos dentários, mas em alguns casos serão necessários exames de DNA.

Por isso, segundo o jornal The Guardian, policiais começaram a visitar as residências dos desaparecidos para coletar objetos pessoais, como escovas de dente ou pentes, a fim de poder estabelecer uma combinação do DNA, caso seja necessário.