Título: Suspeitos ocuparam altos cargos na Câmara
Autor: Expedito Filho
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/08/2005, Nacional, p. A8

JOÃO PAULO CUNHA (PT-SP) Ex-presidente da Câmara. Sua mulher, Márcia Milanésio, foi detectada entre as pessoas que foram ao Banco Rural em Brasília. Em carta à CPI dos Correios, explicou que Márcia tinha ido pagar uma conta de TV a cabo. Depois veio a confirmação de que ela sacara R$ 50 mil. Sem alarde, Cunha retirou a carta da CPI. Depois os extratos do Rural confirmaram que ele recebeu R$ 200 mil.

PAULO ROCHA (PT-PA)

Era líder do PT na Câmara quando teve uma assessora flagrada entre os visitantes do Banco Rural. Com a confirmação dos saques propiciada pelos documentos do Rural, renunciou à liderança do partido. Figura como beneficiário de valores que somam R$ 920 mil.

PROFESSOR LUIZINHO (PT-SP)

Ex-líder do governo na Câmara, seu nome só apareceu no exame dos extratos enviados à CPI pelo Banco Rural. Lá estava registrado que um assessor dele tinha sacado R$ 20 mil. Obrigado a reconhecer que estava entre os beneficiados da propina, Luizinho entrou para a lista potencial de cassações.

JOSÉ MENTOR (PT-SP)

Teve atuação polêmica como relator da CPI do Banestado. Seu escritório de advocacia recebeu R$ 60 mil de uma empresa de Marcos Valério.

JOSÉ JANENE (PP-PR)

Foi citado por Jefferson logo no começo. A comprovação de seu envolvimento veio no depoimento de seu assessor João Cláudio Genu à Polícia Federal. Ele confessou que fazia os saques e entregava o dinheiro na tesouraria do PP, no Anexo 2 do Senado.

PEDRO CORRÊA (PP-PE)

Presidente do PP, também foi alvo das denúncias iniciais de Jefferson e implicado pelo depoimento de Genu.

PEDRO HENRY (PP-MT)

Ex-líder da Câmara, foi outro que se comprometeu com o depoimento de Genu.

JOSÉ BORBA (PMDB-PR)

Ex-líder do partido na Câmara. A diretora financeira da SMPB, Simone Vasconcelos, contou à Polícia Federal que ele se recusou a assinar o comprovante de saque no Rural e ela teve de ir lá para liberar o pagamento. Teria recebido R$ 2,1 milhões.

CARLOS RODRIGUES (PL-RJ)

Atendia pelo nome parlamentar de Bispo Rodrigues e coordenava a bancada da igreja Universal do Reino de Deus. Defenestrado pela igreja, perdeu a sustentação para futuras campanhas eleitorais. Aparece nos extratos do Rural como beneficiário de R$ 150 mil.

JOSIAS GOMES (PT-BA)

Foi suspeito desde o início porque foi pessoalmente à agência do Banco Rural em Brasília. Os extratos do banco confirmaram que ele sacou R$ 100 mil.