Título: Tesouro compra e dólar sobe 0,22%
Autor: Silvana Rocha, Mario Rocha e Denise Abarca
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/08/2005, Economia & Negócios, p. B7

Aparentemente, aquisição de moeda americana foi feita pelo Banco do Brasil; Bolsa tem alta de 0,18%

Após 8 quedas seguidas, o dólar fechou em alta de 0,22%, para R$ 2,31. O motivo foi a aparente volta do Tesouro às compras, através do Banco do Brasil, e a reação dos investidores aos indicadores de atividade forte aqui e nos Estados Unidos. O paralelo ficou estável, em R$ 2,637. O Ibovespa subiu 0,18%, os juros futuros alternaram altas e quedas e o A-Bond perdeu 0,40%, vendido com ágio de 3%. No mercado futuro, os três vencimentos mais curtos (setembro, outubro e novembro) projetaram alta e os três vencimentos mais longos (dezembro de 2005, janeiro e fevereiro de 2006), ligeira queda. Para 1.º de setembro é esperada uma valorização de 0,27%. O volume negociado aumentou 7%, para US$ 6,35 bilhões.

A sinalização do Tesouro de que pode voltar ao mercado cambial já teria sido efetivada com compras por parte do BB. Outras tesourarias teriam zerado vendas, estimuladas ainda pelo ambiente externo. Em Nova York, o petróleo futuro para setembro projetou alta de 1,52%, para US$ 62,31. E o dólar e os juros dos títulos do Tesouro americano também subiram, reagindo à expressiva criação de empregos em julho, o que indica atividade econômica forte e possível continuidade do ajuste monetário. No Brasil, a produção industrial de junho cresceu acima das expectativas.

O pregão da Bovespa foi marcado pela volatilidade. O mercado deu uma trégua para a crise política, e passou o dia sem especular sobre novas denúncias por parte das revistas.

O movimento financeiro foi modesto, R$ 1,323 bilhão. Em Wall Street, o Dow Jones recuou 0,49% e a Nasdaq, 0,61%.

As maiores altas do Índice Bovespa foram de NET PN (8,57%), Gerdau PN (4,68%) e Gerdau Metalúrgica PN (2,98%). As maiores quedas foram de Banco do Brasil ON (4,98%), Tele Leste Celular PN (3,68%) e Klabin PN (3,17%).

No mercado de juros, a liquidez continuou aquém do esperado. Os investidores estrangeiros concentram-se principalmente na parte longa da curva, enquanto os domésticos limitam-se ao giro diário, embora com posições levemente doadoras. Para os operadores, a impressão é de que o volume vai melhorar, de fato, somente quando o Banco Central iniciar o afrouxamento monetário, talvez no próximo mês.