Título: Inflação em SP fica em 0,07%
Autor: Francisco Carlos de Assis
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/08/2005, Economia & Negócios, p. B3

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgou ontem que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da cidade de São Paulo na segunda quadrissemana de agosto ficou em 0,07%, abaixo das previsões do mercado (de 0,09% a 0,23%). O índice divulgado ontem é o mais baixo desde a segunda quadrissemana de julho, quando ficou estável em relação ao anterior - os preços haviam caído em média 0,13% na ocasião. O recuo da inflação em São Paulo nas duas primeiras prévias de agosto fez com que o coordenador do IPC-Fipe, Paulo Picchetti, decidisse revisar sua expectativa do IPC para o mês de 0,40% para zero. "Há chance até de constatarmos uma pequena deflação no período." Na primeira quadrissemana do mês, o IPC-Fipe havia subido 0,19%.

"O número de hoje (ontem) obviamente surpreendeu ao mercado e a mim. Em vez de mostrar uma trajetória de elevação, o IPC-Fipe está desacelerando", comentou Picchetti. Na semana passada, ele já se dizia surpreso com o IPC em 0,19% e admitiu que faria um ajuste de sua estimativa caso a inflação da segunda quadrissemana do mês também apresentasse um número baixo.

Mais uma vez, o principal responsável pela baixa inflação foi o grupo Alimentação, que teve variação negativa de 0,92% e foi o único item apurado pela Fipe a apresentar deflação. Os preços de produtos e serviços relacionados à saúde continuaram a liderar a inflação, com alta de 0,87%. Apesar de ser o grupo com maior alta, saúde já apresenta desaceleração em agosto. Na primeira semana do mês, a Fipe havia apurado 1,50%. O grupo Transportes também teve alta considerável, de 0,74%.

A Fipe manteve a expectativa de que o IPC encerrará o ano com variação de 5% a 5,5%, mas um possível aumento dos combustíveis é que determinará se o índice ficará mais próximo do piso ou do teto dessa estimativa.

Nos últimos meses, Picchetti vinha salientando que o comportamento recente da inflação indicava uma taxa ao fim do ano mais próxima da projeção mais otimista. "Mas, se vier um aumento dos combustíveis, como divulgou a imprensa, a tendência é de o IPC fechar o ano mais próximo do teto."