Título: Nas gravações, advogado conversa até sobre a `agenda do chefe¿
Autor: Expedito Filho e Ricardo Brandt
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/08/2005, Nacional, p. A4

Em outra conversa, gravada em 3 de julho, Rogério Buratti fala com Vladimir Poleto ¿ ex-assessor de Antonio Palocci em Ribeirão Preto e ex-consultor do banco Prosper, do Rio. Eles falam sobre o agendamento de uma audiência que estaria sendo acertada pelo chefe de gabinete de Palocci, Juscelino Dourado ¿ tratado como ¿J¿ ¿, e por seu secretário particular, Ademirson Silva. O encontro seria entre Palocci e o presidente do banco, Edson Menezes. Poleto relata: ¿Ô, eu recebi uma ligação do Ademirson querendo o telefone do Edson, que era recado urgente. E eu achei estranho porque o Ademirson está em Ribeirão. E outra, que recado urgente é esse?¿ Buratti responde que pode ser ¿a agenda¿. E acrescenta: ¿Eu falei para o `J¿ ontem que seria bom marcar. Então vai ver ele vai para o Rio, ou alguma coisa assim, e está querendo marcar¿. Poleto responde, afirmando que o ¿chefe¿ quer falar direto com o ¿Edson¿. Buratti estranha e diz: ¿Por telefone?¿

Depois de um trecho truncado da conversa, Buratti conclui que o assunto seria a agenda do ¿chefe¿. ¿Eu conversei ontem com o `J¿ e está tudo do jeito que conversamos.¿

Poleto pergunta: ¿Então o chefe vai fazer a agenda?¿ E Buratti responde: ¿Vai fazer a agenda daquele jeito que a gente tinha conversado.¿ Em seu depoimento anteontem à promotoria, Buratti confirmou que o ¿chefe¿ era Palocci.

Buratti e Juscelino são amigos de longa data. Foi Buratti que levou Juscelino para Ribeirão Preto, em 1993, quando assumiu a secretaria de Governo na gestão do então prefeito Palocci. Buratti conhecia Juscelino do PT de Osasco e foi seu padrinho de casamento. Os dois também foram sócios em uma empresa de informática, a W Way. Ademirson é assessor especial de Palocci no ministério, mas o acompanha desde que ele era vereador em Ribeirão, como secretário particular.