Título: Agenda da CPI dos Correios irrita oposição
Autor: Gilse Guedes e Vannildo Mendes
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/08/2005, Nacional, p. A12

BRASÍLIA - Parlamentares de oposição que integram a CPI dos Correios reclamaram ontem da agenda de depoimentos marcada para esta semana pelo presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS). A CPI ouvirá hoje Ivan Guimarães, ex-presidente do Banco Popular do Brasil, e amanhã o de Marcus Vinícius Vasconcellos, genro do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que denunciou o pagamento de mesada a parlamentares. "O Delcídio vai ter de dar provas concretas de que não está sucumbindo ao patrulhamento do governo e do PT. A agenda desta semana é medíocre e improdutiva", criticou o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). "Parece uma agenda marcada pelo governo. O depoimento do Marcus Vinícius é irrelevante", afirmou o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ).

Delcídio Amaral ficou surpreso com a reação de pefelistas e tucanos. "O requerimento de convocação para ouvir Guimarães foi iniciativa dos partidos de oposição. Eles que reconsiderem", argumentou o senador. Segundo ele, a proposta de ouvir Marcus Vinícius esta semana foi do relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).

Antes do depoimento de Ivan Guimarães, a oposição vai se mobilizar para desmarcar o depoimento do genro de Jefferson e agendar a vinda do ex-ministro Luiz Gushiken, atual chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência. "O Gushiken tem de explicar os contratos de publicidade do governo", disse ACM Neto.

A oposição também vai tentar aprovar hoje a convocação do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, que afirmou ter pago o empréstimo de cerca de R$ 29 mil do PT ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A oposição quer ainda aprovar a convocação do doleiro Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona. "É uma canalhice quererem desmerecer o depoimento dele", observou ACM Neto.