Título: ´São acusações sórdidas, jamais acharão algo´
Autor: Denise Madueño
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/09/2005, Nacional, p. A4

O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), disse ontem, em nota oficial, que pode 'tropeçar nas palavras', mas que jamais praticaria algo que manchasse sua 'biografia de 40 anos de vida pública'. Severino rechaçou a proposta de deixar temporariamente o cargo: 'Não posso ser colocado à execração pública com acusações sórdidas, irresponsáveis e sem provas.' 'Jamais irão encontrar algo que desonre o meu mandato', afirmou no texto. Severino informou que os contratos na Câmara são renovados anualmente e o concessionário Sebastião Buani, que explora restaurantes na Câmara e no Senado há mais de 15 anos, sabe desse procedimento. 'As acusações veiculadas dizem que eu recebia propinas mensais do senhor Buani, ao longo de todo o ano de 2003. Nesse período eu já não era primeiro-secretário e não detinha qualquer poder sobre os contratos da Casa, o que alega má-fé das aleivosas do senhor Buani.' Severino negou que suas secretárias tenham aberto envelopes com propina destinada a ele. Garantiu que suas funcionárias são orientadas a abrir todas as correspondências, mas que 'jamais encontraram dinheiro em envelopes'. Com viagem marcada para Nova York para participar de um evento das Nações Unidas, Severino passou o dia articulando sua defesa. Recebeu na residência oficial da Câmara o vicepresidente da Casa, deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), o quarto-secretário, João Caldas (PL-AL), o corregedor Ciro Nogueira (PP-PI) e o deputado Benedito Dias (PP-AP). Antes de viajar para os EUA, Severino foi se submeter a um exame de rotina, pois há cerca de 15 dias sofreu cirurgia de catarata. Ele iria à noite para São Paulo, onde embarcaria para Nova York. Na ONU, Severino discursa sobre o tema do encontro: 'Parlamento e Cooperação Multilateral, Enfrentando os Desafios do Século 21'.