Título: Após três quedas, dólar sobe 0,52%
Autor: Josué Leonel, Silvana Rocha e Denise Abarca
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/09/2005, Economia & Negócios, p. B10

O dólar fechou em alta de 0,52%, para R$ 2,322, após 3 quedas consecutivas, com as tesourarias de bancos ajustando posições estimuladas pelo avanço dos juros pagos pelos títulos do Tesouro americano, pela queda do euro e pela expectativa de corte da Selic. O paralelo perdeu 0,16%, para R$ 2,573, o Ibovespa caiu 0,76%, em dia de realização de lucros, e os juros futuros ficaram perto da estabilidade. O risco país caiu 0,78%, para 383 pontos, enquanto o A-Bond recuou 0,19%, vendido com ágio de 4,45%. O fluxo cambial foi positivo mas fraco. No mercado futuro, os seis contratos negociados projetaram alta. Para 1.º de outubro é esperada uma valorização de 0,40%.

Nos Estados Unidos, as incertezas sobre o impacto do furacão Katrina na economia alimentam discussões quanto à trajetória do juro básico. A aposta na continuidade do ajuste gradual prevaleceu ontem, e teria justificado a demanda por títulos do Tesouro e o avanço dos rendimentos.

A crise política não influenciou muito, mas a CPI dos Bingos poderá votar hoje o requerimento que convoca o ministro Antonio Palocci para falar sobre a denúncia do advogado Rogério Buratti de que teria recebido propina de R$ 50 mil para o PT quando prefeito de Ribeirão Preto.

Na Bovespa, num pregão sonolento os investidores aproveitaram para realizar lucros e ajustar os preços das ações após as altas da semana passada. O volume financeiro foi fraco, R$ 1,220 bilhão, refletindo o baixo interesse dos compradores, que devem continuar em compasso de espera enquanto aguardam a decisão sobre a Selic e a divulgação dos indicadores de inflação nos EUA.

¿A Bolsa está perto de atingir os 30 mil pontos e continua otimista, mas ninguém parece disposto a arriscar novas posições antes de conhecer a decisão do Copom¿, comentou um operador.

As ações da Petrobrás destoaram da média e operaram em alta. O papel PN subiu 0,44% e o ON, 0,13%, ainda refletindo o aumento da gasolina e do diesel. A maior alta do Ibovespa foi registrada por Light ON (6,55%) e a maior queda foi de TIM Part ON (5,53%).

No mercado de juros, as taxas ajustaram-se ao aumento dos combustíveis. O contrato mais negociado, o de outubro, projetou 19,52% ao ano, ante 19,53% na sexta-feira.