Título: Bolsa bate recorde de pontuação
Autor: Silvana Rocha, Denise Abarca e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/09/2005, Economia & Negócios, p. B12

A indicação, pela agência de riscos Moody's, de que poderá melhorar o rating do Brasil, ajudou os mercados locais e levou o Ibovespa a bater recorde, com 31.317 pontos, somente 5 dias de atingir a marca inédita de 31.294 pontos. O dólar caiu 1,06%, para R$ 2,235 - a menor cotação desde 7 de maio de 2001 -, os juros futuros projetaram queda, o risco país recuou 1,12%, para 354 pontos, e o A-Bond ganhou 0,35%, vendido com ágio de 5,70%. O paralelo caiu 0,12%, para R$ 2,54. A Bolsa paulista recuperou-se após dois pregões consecutivos de realização de lucros. O giro financeiro foi de R$ 1,834 bilhão, e apenas 4 ações se desvalorizaram. Os estrangeiros atuaram na compra e na venda, mas a alta foi sustentada pelos investidores domésticos.

No exterior, a queda dos juros pagos pelos títulos do Tesouro americano trouxe um certo alívio, enquanto as Bolsas americanas fecharam "de lado", com o Dow Jones subindo 0,16% e a Nasdaq perdendo 0,05%. O petróleo futuro subiu 1,97%.

A maior alta do Ibovespa foi de Sadia PN (5,92%), que reagiu à possibilidade de abertura das exportações de frango brasileiro para os Estados Unidos. BRT Operadora PN avançou 4,97% e BRT Participações PN subiu 4,53%. Caíram Acesita PN (1,65%), Braskem PNA (1,59%), Telesp PN (0,93%) e Copel PNB (0,06%).

Os "vendidos"em dólar futuro aproveitaram o otimismo gerado pela Moodys para derrubar o comercial, visando à formação da taxa média (ptax) de hoje. Os seis vencimentos de dólar futuro negociados projetaram firmes quedas. O giro financeiro cresceu 31%, para US$ 10,70 bilhões. A disputa entre "comprados" e "vendidos" também ajudou a aumentar o giro à vista, por causa do maior número de operações casadas. O movimento cresceu 55%, para US$ 2,155 bilhões.

Além dessa rolagem de posições, operadores observaram vendas de dólar à vista por estrangeiros, possivelmente para liquidar posições em ações assumidas nos últimos dias.

A queda do comercial deu algum fôlego ao mercado de juros, que tem operado com fraquíssima liquidez devido à falta de notícias que justifiquem mudanças de posições. O contrato de janeiro de 2007 projetou taxa de 17,65% ao ano, contra 17,69% na véspera. O de janeiro de 2006 passou de 19,03% para 19,01%.