Título: Greve de bancários atinge 22 Estados
Autor: Paulo Baraldi
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/10/2005, Economia & Negócios, p. B5

A greve dos bancários atingiu 22 Estados no primeiro dia, ontem, segundo a Confederação Nacional dos Bancários (CNB/ CUT) e Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec). Em Goiás, a paralisação afetou só as agências da Caixa Econômica Federal. Segundo o presidente da CNB, Vagner Freitas, 33% dos 300 mil bancários que votaram pela greve na quarta-feira pararam as atividades. Ao todo, são 400 mil funcionários no País. A manifestação não atingiu Brasília, Rondônia, Santa Catarina, Tocantins e Roraima.

Segundo a Federação Nacional dos Bancários (Fenaban), só 761 agências fecharam em todo o País, o correspondente a 4,4% das 17,4 mil existentes.

Freitas afirmou que a greve vai continuar e não tem prazo para terminar. "A adesão foi positiva e a greve está crescendo", disse. Ele acredita que hoje mais bancários participem do movimento.

O impasse é porque a Fenaban oferece reajuste de 4%, abono de R$ 1 mil, participação nos lucros e resultados (PLR) de 80% do salário e mais R$ 733. Os trabalhadores querem 11,77% de reajuste, PLR de um salário mais R$ 788, acrescidos de 5% do lucro líquido.

"A distância entre as duas propostas continua muito grande, não adianta fazer reunião enquanto não diminuir. Mantemos o esforço de negociar, mas os números precisam se aproximar", afirmou Magnus Apostólico, superintendente de Relações Trabalhistas da Fenaban.

Na capital paulista, houve confronto com a Polícia Militar. Duas pessoas foram detidas e liberadas em seguida. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região informou que, dos 3 mil pontos de trabalho, 160 foram fechados. Participaram 25 mil dos 106 mil bancários.

Segundo a CNB, também houve ação da PM em Niterói (RJ), onde um manifestante ficou ferido. A PM utiliza o interdito proibitório para usar a força. O documento judicial é usado pelos bancos para impedir piquetes. No Rio, cerca de 70% dos bancários aderiram à greve.

Freitas disse que participará hoje de audiências nos Ministérios da Justiça e do Trabalho em Brasília. "Vou levar a truculência da PM no País todo a mando do Bradesco."