Título: Lojas de armas mudam de perfil para sobreviver
Autor: Fabiano Rampazzo
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/10/2005, Metrópole, p. C1

Donos de lojas de armas, segmento comercial que encolheu a olhos vistos nos últimos anos, estão diversificando as atividades às vésperas do referendo sobre o desarmamento. Aos 28 anos, o Grupo Magaldi está mudando de perfil para se adaptar aos novos tempos. Além de loja e escola de tiro, a empresa familiar está se voltando para a oferta de soluções de segurança, para as quais não há restrições tão severas nem a perspectiva de proibição enfrentada pelas armas. A loja Cioccari tende a seguir no mesmo rumo, ampliando a participação dos equipamentos esportivos e de camping em seu catálogo. No caso da Magaldi, um dos primeiros passos foi se tornar representante da americana Taser para o Centro-Oeste e Sul do Brasil, em 2003. A empresa gaúcha é autorizada a vender a pistola Taser que dispara dois dardos a distâncias de até 7,6 metros para imobilizar, por descontrole muscular provocado por uma descarga elétrica, pessoas que estejam cometendo atos ilícitos.

O uso é restrito a forças públicas de segurança e a arma não provoca ferimentos. A polícia inglesa já usou a pistola para imobilizar um suspeito no metrô de Londres, evitando repetir o erro que a levou a matar o brasileiro Jean Charles de Menezes. Cada pistola custa US$ 780.

A empresa também desenvolve seus produtos. É o caso do Uniconn, um sistema de segurança instalado em automóveis e capaz de orientar uma central de segurança ou parentes, para que subsidiem a polícia com informações precisas em caso de assalto ou seqüestro.

O Uniconn está sendo vendido a R$ 1.800,00 desde o início do ano e já circula em alguns carros, mas deve se multiplicar nos próximos meses com a associação, já confirmada, da Magaldi com uma empresa de telefonia. "Recebemos a encomenda de 700 equipamentos", disse Dempsey Magaldi.