Título: Recuo de embarques prejudica armazéns
Autor: Fabíola Salvador
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/10/2005, Economia & Negócios, p. B4

A febre aftosa também está causando prejuízo aos armazéns frigoríficos. Com a queda de embarques de carne para exportação, os armazéns estão buscando alternativas e alguns já começam a demitir funcionários. De acordo com Gregory Rinzler, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Armazenagem Frigorificada (Abiaf), caso a situação não se regularize logo, as conseqüências podem ser muito graves. "No momento, estamos na entressafra dos embarques de carne. Mas, se a situação se estender até o início do ano, pode prejudicar o pico dos embarques, em fevereiro", diz Rinzler, também diretor do armazém Avante.

No Avante, o volume armazenado caiu 30%. "Zeraram os embarques para Europa, estamos recebendo só as carnes que serão exportadas", diz Rinzler. O empresário está direcionando espaço do armazém para suco de laranja para exportação. Mesmo assim, precisou demitir 7 dos 50 funcionários.

O volume de carnes armazenado para exportação vinha caindo desde agosto. Muitos frigoríficos já tinham desacelerado suas exportações e direcionado a carne ao mercado doméstico, por causa do dólar em queda.

Roberto Fantoni, diretor-superintendente do armazém Cefri, é outro que já está se preparando para uma situação bastante complicada.Por enquanto, apenas um dos frigoríficos que é cliente Cefri cancelou todos os embarques. "Os frigoríficos que podem estão transferindo sua produção de Mato Grosso do Sul para plantas em outros Estados", diz Fantoni.

Mas o embargo vai durar alguns meses, com cada vez mais países, diz o empresário. "Estamos nos preparando para isso e já buscamos alternativas. Vamos armazenar frangos, suínos e produtos sazonais como peru."