Título: Pesquisa mostra 52% pelo não
Autor: Guilherme Evelin
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/10/2005, Metrópole, p. C4

Levantamento da consultoria MCI indica que só 43% pretendem votar sim

A três dias do referendo sobre a proibição da venda de armas e munição, o não ampliou a vantagem sobre o sim, segundo pesquisa concluída ontem pela empresa de consultoria MCI e obtida pelo Estado. Feita com mil pessoas de todo o País, entrevistadas por telefone em suas casas e locais de trabalho na terça-feira, a pesquisa aponta 52% de intenções de voto para o não e 43% para o sim. Considerando-se a margem de erro de 3,2 pontos porcentuais, o levantamento é o primeiro a indicar a perspectiva de vitória do não, sem considerar a hipótese de empate técnico. Na semana passada, pesquisa do Ibope, feita entre os dias 11 e 13, já apontava vantagem do voto contrário à proibição do comércio de armas, por 49% a 45%, mas dentro da margem de empate técnico.

Excluindo-se as pessoas que declararam a intenção de votar em branco ou nulo, a vantagem do não sobre o sim amplia-se para 10 pontos - 55% a 45%. Segundo a pesquisa da MCI, o não está vencendo o sim em todas as faixas de idade, grau de instrução e renda familiar. Ganha também, à exceção do Nordeste, em todas as regiões do País.

No Nordeste, 50% dos entrevistados declararam a intenção de votar no sim, contra 44% a favor do não. A maior rejeição às armas foi registrada no Sul. Lá, 67% manifestaram a intenção de votar no não, contra 30% favoráveis ao sim.

A pesquisa aponta que a tendência pelo voto não é maior entre os homens - 55% opinaram pela manutenção da venda de armas, enquanto 42% se declararam a favor da proibição.

Entre as mulheres, a vantagem do não sobre o sim é menor - 49% a 44%.

Também divulgada ontem, pesquisa da Toledo & Associados indica 52,1% de intenção de votos para o não e 33,7% para o sim. Os entrevistados que não opinaram somaram 10,3%. Do total, 14% das pessoas erraram ao confirmar o voto. Foram ouvidas quase 2 mil pessoas no País entre os dias 8 a 15. A pesquisa custou R$ 22 mil e foi bancada pelo instituto, em nome de sua "atuação social".