Título: Candidato será Serra ou Alckmin, garante dirigente
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/11/2005, Nacional, p. A11

O secretário-geral do PSDB, deputado Bismarck Maia (CE), afirmou ontem que o candidato do partido à eleição presidencial do ano que vem será escolhido entre o governador Geraldo Alckmin e o prefeito José Serra. "Hoje os fatos levam aos dois, eu não tenho dúvidas disto", definiu ele, ao explicar a razão pela qual o programa de propaganda regional do partido exibiu ostensivamente os dois como potenciais candidatos. A Executiva nacional do partido pediu a todas as suas direções estaduais que cedessem 5 minutos dos seus programas regionais para abrigar um bloco produzido pela direção nacional e que inicialmente deveria expressar a parte das críticas ao governo Lula.

DUPLA

Mais tarde surgiu a idéia de aproveitar os programas regionais para divulgar os dois candidatos do partido à presidência. Fitas do programa produzido em São Paulo foram então enviadas a todos os Estados, que poderiam divulgá-la na íntegra ou editá-la para reduzir o bloco que alavancou Alckmin e Serra como candidatos presidenciais. O espaço foi cedido em todos os Estados, disse Maia, um pouco mais em uns, um pouco menos em outros.

A mudança é significativa, pois até recentemente, o partido listava cinco potenciais candidatos presidenciais. Além de Alckmin e Serra, sempre eram incluídos no rol o governador Aécio Neves, de Minas, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Tasso Jereissati (CE). A um ano da eleição, o PSDB depura o quadro e admite publicamente que tem apenas dois candidatos.

PUNIÇÃO

No programa paulista, o bloco de críticas a Lula foi cortado porque o programa teve apenas 12 minutos, em vez dos 20 previstos pela lei. O PSDB foi punido pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo por ter incluído José Serra no seu programa regional do primeiro semestre de 2004. À época, a punição foi pedida pelo PT, sob alegação de que Serra seria candidato a prefeito e teria sido beneficiado de forma vetada pela lei.

Agora, com 8 minutos a menos no programa regional paulista, o partido optou por repartir todo o tempo disponível entre seus dois candidatos remanescentes à presidência, ambos, por sinal, paulistas.

A partir de amanhã e até o dia 24 o PSDB colocará no ar os 80 comerciais de 30 segundos a que tem direito, no segundo semestre de 2005, nas redes nacionais de TV aberta. Esses comerciais serão exibidos às terças, quintas e sábados e todos eles foram elaborados apenas com críticas ao governo Lula. No dia 24 de novembro irá ao ar, em cadeia nacional de TV, o programa nacional de propaganda partidária do PSDB.