Título: G-7 prevê avanço econômico em 2006
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Fonte: O Estado de São Paulo, 04/12/2005, Economia & Negócios, p. B11

Ricos acreditam que a economia global irá bem no ano que vem, apesar da alta do petróleo

LONDRES - Os ministros das Finanças dos 7 países mais ricos do mundo (G-7) manifestaram otimismo quanto às perspectivas econômicas globais em 2006, apesar da alta do preço do petróleo que inibiu o crescimento este ano. "Todos nós consideramos positiva a perspectiva econômica", disse o ministro das Finanças da França, Thierry Breton. O Brasil participou do encontro como convidado, além da Rússia, China, Índia, África do Sul, Israel e Autoridade Palestina. Os titulares são Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão. Os ministros do Brasil, Índia e África do Sul acabaram discutindo com seus colegas temas ligados à próxima reunião da Organização Mundial do Comércio, em Hong Kong.

Outros temas debatidos na reunião deste fim de semana foram as taxas de juros, a inflação e os desequilíbrios comerciais. Na quinta-feira, o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, anunciou a elevação da taxa básica de juro na União Européia em 0,25 ponto porcentual, para 2,25% ao ano. Ele afirmou que o objetivo da medida é conter o potencial inflacionário. "Queremos mostrar que estamos tentando aumentar a estabilidade e a confiança na UE", disse Trichet. E Breton disse que a perspectiva de crescimento na União Européia é boa, "e devemos fazer de tudo para não prejudicar essa expansão".

O ministro das Finanças britânico, Gordon Brown, provocou seu colega francês ao pedir aos países ricos que eliminem os subsídios à agricultura, que somam US$ 280 bilhões por ano. A França tem a agricultura mais subsidiada do mundo. Breton desconversou, ao ser indagado sobre a declaração de Brown. "A agricultura não é o único assunto em pauta", disse.

CHINA E GREENSPAN

Os membros do G-7 também debateram a desvalorização excessiva do yuan e pediram ao governo da China que valorize a moeda. O ministro das Finanças do Canadá, Ralph Goodale, disse que o grupo "aplaude o fato de o governo chinês estar demonstrando flexibilidade. Mas acreditamos que se faz necessário um avanço maior e mais rápido".

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, John Snow, voltou a pedir a Pequim que valorize o yuan em relação ao dólar, para aliviar a pressão sobre os exportadores americanos. Mas ele não quis comentar o rumor de que a China irá valorizar a moeda em 7,2% na passagem do ano. O ministro das Finanças da China, Jin Renqing, reuniu-se com seus colegas do G-7, e comentou apenas que o encontro "foi muito positivo".

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), também foi convidado. Esta foi a 55.ª reunião do G-7 de que participou nos 18 anos e meio à frente da autoridade monetária dos EUA. Ele deixará o cargo dia 31 de janeiro.