Título: Mais 2,7 milhões de trabalhadores no mercado
Autor: Fernando Dantas, Robson Pereira, Paulo Baraldi
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/11/2005, Economia & Negócios, p. B4

A população ocupada cresceu 3,3% no ano passado; o setor de serviços contratou mais

A população ocupada cresceu 3,3% em 2004, o que representou 2,7 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho. O índice, divulgado ontem pelo IBGE, só é menor que os 3,8% registrados em 2002, o melhor desempenho desde o início dos anos 90. Em 2003, a taxa de ocupação já havia crescido 1,5%, equivalente a 1,2 milhão de novos postos de trabalho. Apesar do crescimento de 8,4% acumulado nos últimos 3 anos, o nível de ocupação ainda permanece abaixo do patamar da primeira metade da década de 90. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), a taxa de ocupação para a população acima dos 10 anos ficou em 56,5% na média nacional, com destaque para a Região Sul, com índice de 62,8% de pessoas ocupadas, o melhor desempenho do País. A menor taxa, de 54,5% foi registrada no Sudeste, impedindo que a média nacional fosse ainda melhor.

Mais uma vez, trabalhadores do sexo masculino ficaram com a maior fatia do bolo (68,2%), mas a diferença com a mão-de-obra feminina encurtou ainda mais. Em 2004, o nível de ocupação das mulheres chegou a 45,6%, a maior marca registrada até hoje. Na Região Sul, taxa foi maior: 52,8% das mulheres estavam inseridas no mercado de trabalho.

Entre os cinco segmentos analisados pela PNAD, coube ao setor de serviços receber o maior contingente de novos trabalhadores (40,5%), praticamente o dobro da população ocupada pelo setor agrícola (21%). Comércio, com taxa de ocupação de 17,3%, indústria, com 14,7 % e construção civil, com 6,3%, vêm a seguir.

Como conseqüência direta do maior número de pessoas no mercado de trabalho, a taxa de desemprego caiu de 9,7% em 2003 para 9% em 2004, enquanto o número de empregos com carteira assinada cresceu 6,6%, chegando a 11,6% na indústria de transformação, e a 12,7% no setor da construção civil. O contingente de pessoas com emprego formal no setor agrícola subiu de 30% em 2003 para 32,3% no ano passado, alcançando o nível mais alto desde o início da década de 90.

O aumento no emprego formal teve reflexo imediato na arrecadação da Previdência Social. Entre 2003 e 2004, o sistema previdenciário oficial ganhou 2,4 milhões de novos contribuintes.

Os empregos públicos também estiveram em alta no ano passado e ao longo dos últimos 12 anos. Entre 1992 e 2004, a participação da parcela municipal na categoria dos militares e funcionários públicos estatutários subiu de 24% para 42,5%. No mesmo período, o número de servidores públicos estatutários nos Estados caiu de 53,5% para 42,1%.