Título: Planalto compra circuito de TV
Autor: Tânia Monteiro e Leonencio Nossa, colaborou Leonel
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/01/2005, Nacional, p. A6

O governo publicou no Diário Oficial de ontem assinatura de contrato para instalar nos seus palácios circuito fechado de TV e controle de acesso de pessoas e veículos. O sistema, apelidado de Big Brother, deve custar R$ 3,2 milhões. A empresa paulista Telemática Sistemas Inteligentes, vencedora da licitação, vai instalar 225 câmeras fixas e móveis e 30 estações de monitoramento no Planalto, no Alvorada, no Jaburu, na Granja do Torto e no Bloco A da Esplanada dos Ministérios. Em outubro, quando foi aberta a licitação, o governo estimava gastar R$ 4,6 milhões. A Casa Civil explicou que a diferença de R$ 1,4 milhão foi obtida graças a uma ampla pesquisa de mercado e ao processo de licitação na modalidade pregão.

O número de câmeras leva em conta o de pessoas e veículos que transitam nos palácios: 2.600 autoridades e servidores, 600 visitantes, 1.800 prestadores de serviço e terceirizados, e 3.300 automóveis por dia. O sistema pode monitorar até 10 mil veículos e 80 mil pessoas. "Ele permitirá o controle da circulação evitando, por exemplo, que uma pessoa que foi ao quarto andar desça para o terceiro", informou a Casa Civil. Cerca de R$ 2,2 milhões serão usados na compra de 18 catracas eletrônicas, 51 portas com alarmes, 35 cartões e 176 leitoras.

Neste início de ano, a Presidência abriu os cofres para melhoria dos palácios e da frota. Além do gasto com monitoramento, terá despesa estimada em R$ 5,8 milhões para reforma de prédios e compra de 40 veículos. Só na compra de móveis e divisórias de biblioteca deve gastar R$ 499 mil.

Ontem, o ministro do Tribunal de Contas da União(TCU) Ubiratan Aguiar alertou o governo de que não pode correr o risco de afrouxar o controle dos gastos públicos. "Se o governo não prestar atenção onde e como gasta, vai perder a essência do seu programa", comentou ele, um dos responsáveis pela fiscalização dos gastos do orçamento. "O governo terá de avaliar o que é mais importante para seus gastos, se educação, saúde ou obras."