Título: Mineradora estuda lançar título perpétuo
Autor: Mônica Ciarelli
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/01/2005, Economia, p. B13

Depois de abrir caminho para as empresas brasileiras emitindo um título com prazo de 30 anos, a Companhia Vale do Rio Doce pode inovar novamente no mercado de capitais. A mineradora brasileira foi sondada para lançar um título perpétuo, uma modalidade de captação de recursos em que não há resgate do papel pela empresa. "Ainda estamos analisando", limitou-se a afirmar o diretor-executivo de Finanças da companhia, Fábio Barbosa. Segundo ele, a oferta recebida pela empresa mostra o bom posicionamento do grupo no cenário internacional. "Como pouquíssima gente tem, a Vale se destacaria", observa. Entre as empresas que já lançaram um papel semelhante está a petrolífera mexicana Pemex. O diretor explica que o bônus perpétuo funciona como um papel de prazo longo, sem resgate e que paga juros aos credores.

O diretor explica que o custo de captação da companhia vem baixando nos últimos anos. Quando lançou o bônus de 30 anos, no ano passado, os papéis pagavam juros de 8,3% ao ano. Hoje, o mesmo título é negociado no mercado secundário com juros de 7,8% ao ano. Barbosa lembra que uma das metas da empresa é chegar a "investment grade". A mineradora está a apenas um degrau de alcançar esse status pela avaliação da Moody's.

No ano passado, a Vale captou cerca de US$ 1,1 bilhão, sendo US$ 500 milhões na operação com títulos de 30 anos. Para 2005, a intenção é manter as captações nessa média, em torno de US$ 1 bilhão.