Título: Sem BC na compra, dólar despenca
Autor: Silvana Rocha, osué Leonel e André Palhano
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/12/2005, Economia & Negócios, p. B8

Bastou o Banco Central não comprar dólares à tarde, como vinha fazendo há mais de um mês, para o comercial passar, em apenas uma hora, de uma alta de 1,16% para uma queda de 0,04%, na cotação mínima. Mesmo assim, a moeda americana fechou em leve alta de 0,04%, para R$ 2,338. O paralelo avançou 0,40%, para R$ 2,523, o Ibovespa valorizou-se 0,22%, os juros futuros subiram um pouco, o risco país teve alta de 0,66%, para 306 pontos, enquanto o A-Bond ganhou 0,05%, vendido com ágio de 8,05%. Parece claro que se o BC afrouxar com os leilões de swap cambial reverso e de compra, o dólar voltará a perder força, entre outros motivos por causa do fluxo comercial positivo. A ausência do Banco Central na compra foi interpretada como um sinal de que a autoridade monetária não deseja ser previsível em suas atuações. Há semanas o mercado, prevendo a entrada do BC na compra na última hora do pregão, enxuga a liquidez após a oferta de swap reverso a fim de sustentar as cotações para depois vender moeda ao BC a um preço mais atraente.

Na BM&F, as apostas na alta do dólar futuro prevaleceram em todos os contratos até o meio da tarde, mas acabaram se dividindo no fechamento do pregão viva-voz. A Bovespa operou em alta na maior parte do dia, mas perdeu fôlego à tarde, acompanhando a queda das Bolsas de Nova York. O volume financeiro melhorou em relação à véspera, mas foi pouco expressivo, limitando-se a R$ 1,15 bilhão. Analistas e operadores continuam sustentando que o cenário de médio prazo para a Bovespa é positivo, já que se espera uma recuperação da economia em 2006.

Os principais destaques de alta no Ibovespa foram Telesp Cel PA PN (3,20%), Tele Centro Oeste PN (3,11%) e Arcelor BR ON (2,81%). Na queda, os destaques foram Celesc PNB ( 2,05%), Cemig ON (2%) e Transmissão Paulista PN (1,89%).