Título: Tucanos ensaiam discurso para eleição
Autor: Ricardo Brandt, Ana Paula Scinocca
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/12/2005, Nacional, p. A5

Na inauguração do novo diretório, Alckmin e Serra criticam governo Lula

Mesmo sem a aguardada presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, a inauguração do diretório municipal do partido ontem, em São Paulo, foi um ensaio para a disputa eleitoral do ano que vem. O governador Geraldo Alckmin e o prefeito José Serra - principais nomes do partido para a disputa - afinaram discurso para atacar duramente o governo Lula. Aclamado como futuro presidente pelos cerca de 200 militantes que participaram do evento, Alckmin bateu na administração Lula. "O governo do PT estava que nem tartaruga, andando devagarinho. O pior é se for que nem caranguejo e começar a andar de marcha à ré", discursou Alckmin. "Temos que fazer grande trabalho para retomar as reformas e completar um outro ciclo que se iniciou com o presidente Fernando Henrique Cardoso."

Favorito nas pesquisas, Serra se pautou na crise política que atinge o governo do PT e lembrou do processo de privatização nas telecomunicações - comandado pelo já falecido ex-ministro Sérgio Motta.

"Sérgio Motta fez o processo de privatização nas telecomunicações limpo, que serviu aos interesses do País e do desenvolvimento do setor, que é espinhoso. Imaginem o que teria acontecido nas telecomunicações se as empresas fossem estatais e não tivessem sido privatizadas no último governo", disse Serra E emendou: "Quem tem o peso, o laço do passado, as bolas de ferro segurando as pernas não tem condição de avançar, que é o que o País precisa - avançar e se desenvolver."

Sobre as pesquisas que mostraram, no final de semana, a vantagem de Orestes Quércia nas pesquisas para o governo do Estado, o governador Alckmin afirmou que é preciso "humildade" para reconhecer que não há só PSDB e PT na disputa pelo governo do Estado.

De manhã, Serra criticou as políticas sociais do governo Lula, ao inaugurar um novo Centro de Apoio ao Trabalhador na Lapa. "Pode-se fazer o programa compensatório que se quiser, as transferências que se quiser. Nada compensa a falta de emprego", disse o prefeito.