Título: Saia-justa inibe campanha do governador
Autor: Ricardo Brandt, Ana Paula Scinocca e Cida Fontes
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/01/2006, Nacional, p. A6

Um mal-entendido tumultuou ontem um típico dia de campanha do governador Geraldo Alckmin, durante o lançamento do Projeto Escola de Tempo Integral, na zona oeste da capital. A professora de educação física Ana Maria Cavalieri abordou o governador, protestando por ter recebido R$ 8,31 de salário em dezembro. ¿Tenho um extrato em casa, o senhor me espera?¿, pediu. A dor de cabeça durou até o secretário de Educação, Gabriel Chalita, descobrir que a queixa era um engano.

Alckmin aceitou aguardar a professora estadual, mas, após alguns minutos, disse aos jornalistas que tinha outros compromissos. Chalita ficou encarregado de resolver o caso.

¿O senhor é muito bonitinho, mas não vai resolver o meu problema¿, esbravejou a professora estadual, dirigindo-se ao secretário, ao retornar com o extrato em mãos e não encontrar mais o governador. Exaltada, gesticulava e reclamava muito.

A professora explicou que sofre de um problema na coluna e, mesmo com dispensa médica, não teria recebido o salário no mês passado, por algum erro.

Mais tarde, a Secretaria de Educação desfez o que considerou um mal-entendido: os R$ 8,31 no extrato da professora se referiam, na verdade, a uma diferença de salário. Mas o valor correto havia, sim, sido pago em dia. Para se assegurar da informação, a secretaria fez o levantamento dos pagamentos e até das faltas de Ana Maria nos últimos quatro meses e constatou que tudo se resumiu, mesmo, a um engano.