Título: Alckmin pede humildade ao PSDB
Autor: Ana Paula Scinocca
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/01/2006, Nacional, p. A6

O governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência, Geraldo Alckmin, recomendou ontem que o PSDB calce as "sandálias da humildade" durante o processo de escolha do candidato que enfrentará o PT. "A eleição não vai ser fácil. Quem achar que a escolha do candidato já é para pôr a faixa está enganado. Sandálias da humildade aí", aconselhou o governador, ao visitar ontem as obras da Fábrica de Vacinas, no Instituto Butantã, na Capital. O governador ressaltou, também, que não há motivo para se estabelecer um pacto para que o derrotado na disputa interna apóie o vencedor. "É óbvio", comentou, "que o tucano que for escolhido terá o apoio de todos. É uma questão de caráter". A definição de um acordo de apoio mútuo entre Alckmin e o prefeito José Serra - que leva vantagem nas pesquisas - tem sido defendida pelos serristas.

Alckmin entende que é hora de o partido parar com a discussão personalista e, em vez disso, debater um programa. "Até porque o Brasil tem uma tradição de personalismo", destacou.

Indagado várias vezes se concordava com a tese do governador de Minas, Aécio Neves, de que a sua candidatura representa um custo menor para o partido, ele se esquivou, não respondeu diretamente, mas deu a entender que concordava. "O Aécio sempre tem palavra muito ponderada", comentou.

Em tom de candidato, o governador paulista fez um discurso no qual classificou a atual taxa de juros e a carga tributária como "duas bolas de ferro que seguram o País". Acrescentou que, se eleito, a educação ganhará o centro da agenda nacional. Por fim, afirmou que o PSDB não é igual ao PT quanto à conduta ética.