Título: Bolsa ultrapassa os 38 mil pontos
Autor: Mario Rocha, Silvana Rocha e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/01/2006, Economia & Negócios, p. B11

No oitavo recorde do ano, Ibovespa atinge 38.014 pontos; risco tem novo recorde de mínima

Com forte ajuda do capital estrangeiro, o Ibovespa bateu o oitavo recorde de pontuação do ano e pela primeira vez superou os 38 mil pontos (38.014), com giro financeiro de R$ 2,882 bilhões. Também ajudou o novo recorde de mínima do risco país, que recuou 2,22%, para 264 pontos. O dólar caiu 0,71%, para R$ 2,231, o paralelo subiu 0,24%, para R$ 2,473, os juros futuros projetaram ligeira queda e o A-Bond ganhou 0,32%, vendido com ágio de 10%.

O depoimento do ministro Antonio Palocci à CPI dos Bingos, considerado tranqüilo, também colaborou para o ambiente positivo dos mercados, mas o dinheiro dos investidores externos foi importante para a Bovespa. "O dinheiro não pára de entrar. O gringo está despejando dinheiro na Bolsa", comentou um operador. Até o dia 20, a Bovespa acumulava saldo líquido de investimento estrangeiro de R$ 1,665 bilhão no mês.

Para ajudar, a ata do Copom indicou que a inflação preocupa, mas que os cortes da Selic continuarão. Além disso, o cenário externo melhorou, apesar da alta do petróleo futuro.

As maiores altas do Ibovespa foram de Bradespar PN (7,96%), TIM Par PN (6,54%) e Gerdau PN (5,99%). As maiores quedas foram de Light ON (2,48%), Comgás PNA (1,80%) e Cesp PN (1,68%).

O fluxo cambial positivo e a manutenção da oferta de até US$ 200 milhões em swap reverso, pelo Banco Central, contribuíram para a queda do comercial. Até há poucos dias, o BC vinha ofertando US$ 400 milhões nos leilões.

Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, os investidores começaram a rolar os contratos de dólar, o que levou a um aumento de 25% do giro financeiro, para US$ 10,55 bilhões. Os oito vencimentos negociados projetaram queda.

Os juros futuros caíram um pouco, reagindo à divulgação da ata do Copom. Mas o mercado manteve a cautela com a inflação.