Título: Subsidiárias das múltis abrem portas para o exterior
Autor: Patrícia Campos Mello, Renato Cruz
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/02/2006, Economia & Negócios, p. B5

As subsidiárias brasileiras das multinacionais estão se tornando um canal importante de exportação para as empresas brasileiras de tecnologia da informação. A subsidiária brasileira da Rhodia fornece serviços para unidades da empresa em todo o mundo. "Em dois anos, o Brasil vai dividir, pelo menos de igual para igual, a prestação de serviços com a França", afirma Fernando Birman, diretor de Tecnologia da Informação da empresa no País. A equipe atual, que conta com 50 funcionários e 50 terceirizados, deve dobrar.

O trabalho de Birman para atender às outras unidades começou há quatro anos. "Foi uma chance de a filial brasileira encontrar uma nova vocação", explica o executivo. A equipe brasileira toca projetos mundiais em áreas como infra-estrutura, internet e software de gestão empresarial. "Fizemos um para a Polônia, sem sair do Brasil." Dessa forma, os terceirizados que atendem à Rhodia conseguem atingir o exterior.

"A concorrência com os indianos e os chineses não acontece somente entre as prestadoras de serviço", afirma Flavio Grynszpan, organizador do Seminário Internacional sobre Estabelecimento de Centros de Competência de Empresas Globais no Brasil, que acontece nos dias 14 e 15 em São Paulo.

"As multinacionais instaladas aqui são uma oportunidade importante", diz Antonio Carlos Rego Gil, presidente da CPM e da Associação Brasileira das Empresas de Software e Serviços para Exportação (Brasscom). "Na próxima década, o software vai substituir a soja na balança comercial."

A Stefanini, que também faz parte da Brasscom, é pioneira na internacionalização, tendo iniciado a operação na Argentina há dez anos. "Sempre temos vagas em aberto", diz Marco Stefanini, presidente da empresa. "Contratamos de 80 a 100 pessoas por mês. Neste momento, procuramos mais de 50 consultores de Oracle Application, para os Estados Unidos."

Segundo Robert Payne, vice-presidente de Serviços Globais da IBM Brasil, a subsidiária tem habilidades específicas. "Temos foco nos Estados Unidos, por causa do fuso horário, e em mainframes (computadores de grande porte). A IBM tem uma longa história no Brasil e o conhecimento de mainframes é mais raro em mercados mais novos, como a Índia e a China."