Título: Pesquisa do PSDB indica que Serra bateria Marta
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/03/2006, Nacional, p. A10

Uma pesquisa telefônica informal feita a pedido de aliados do prefeito José Serra para checar a receptividade de uma eventual candidatura dele ao governo do Estado revelou números animadores para o prefeito: ele teve 72% das preferências, enquanto a candidata Marta Suplicy alcançou apenas 17%. A pesquisa telefônica não reflete com precisão o universo do eleitorado, já que não reproduz com exatidão os segmentos da população nem alcança as faixas mais pobres.

A pesquisa telefônica encomendada pelos aliados de Serra também consultou eleitores paulistas sobre um possível cenário presidencial em que Serra enfrentaria o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O resultado apontou 44% para Serra e 42% para Lula no Estado, valendo as mesmas ressalvas técnicas sobre a representação imprecisa do eleitorado. Especialistas em pesquisa alertam que os números de pesquisas telefônicas usam metodologias de pesquisas normais, mas inflam os números do PSDB e reduzem os do PT.

SUPERAR DÚVIDAS

A idéia do partido é prover mais subsídios para superar as hesitações do prefeito José Serra, que continua refletindo sobre a decisão que dará ao partido. Ontem, mais uma vez, o prefeito disse que só se pronunciará sobre eventuais candidaturas - seja a presidente, seja a governador - "no momento oportuno". Um dirigente do PSDB revelou ontem que a escolha definitiva do PSDB "ainda está no prazo previsto" e que Serra ainda tem tempo para responder.

Ontem, revelou esse dirigente, Serra ainda tem nas mãos o ás de ouro: se optar por ser candidato a presidente, será ungido pelo partido. Mas a pressão do partido, capitaneado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é cada vez mais forte para que Serra aceite ser candidato a governador. De repente, o PSDB se deu conta de que a eleição mais importante pode não ser a presidencial, mas a que vai colocar em jogo o governo de São Paulo, que o partido ocupa ininterruptamente há 12 anos e é a grande matriz do tucanato.

Para resolver o impasse com a insistência do governador Geraldo Alckmin em manter a sua candidatura, o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, desembarca em São Paulo sexta-feira para uma nova rodada de reuniões com FHC, que chega hoje do Equador, e o governador Aécio Neves (MG), que chega hoje do Canadá e fica em São Paulo.