Título: Eleição não afetará a economia este ano, diz Meirelles
Autor: Rita Tavares
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/04/2006, Economia & Negócios, p. B5

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, rejeitou ontem a hipótese de que a economia brasileira enfrentará uma turbulência neste ano eleitoral, como ocorreu em 2002, quando os mercados temiam a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.

Em almoço promovido pela Câmara França-Brasil, Meirelles afirmou aos empresários que as condições hoje são "muito diferentes" do que eram há quatro anos, e citou os bons fundamentos da economia como indicativo dessa nova situação. Neste momento, disse o presidente do BC, a discussão econômica não gira em torno de como lidar com possíveis crises, mas de como ter um crescimento maior.

CRESCIMENTO À indagação de um empresário, sobre que sugestões daria ao novo presidente da República para que o Brasil possa ter um crescimento mais forte, Henrique Meirelles respondeu que "o Brasil deveria se concentrar em reformas fundamentais", mas avisou que não queria citar nenhuma em especial. Além disso, sugeriu investimentos no setor de infra-estrutura e também em educação, que seriam fundamentais para dar sustentação ao crescimento do País.

O presidente do BC também voltou a afirmar que o Brasil tem todas as condições neste momento para crescer de forma continuada e sustentada. Em sua avaliação, o País saiu do padrão de crises sucessivas e, agora, começa a discutir o que é importante para um crescimento mais robusto.

JUROS Quando um empresário perguntou se existe um impedimento para que o País tenha taxa de juros reais abaixo de 10% ao ano, Meirelles evitou uma resposta específica. Disse somente que "a trajetória de queda dos juros é cadente e que isso demonstraria que o País está no caminho certo".

Segundo ele, se for mantida a política de metas de inflação e conquistada a confiança entre investidores e a sociedade de que a meta será alcançada, o prêmio de risco cairá, o que facilitará ainda mais a redução dos juros.

O presidente do BC mostrou aos empresários um conjunto de indicadores sobre as melhoras obtidas na economia desde 2003, para demonstrar sua convicção de que o crescimento é viável.

Após o almoço com os empresários, no Hotel Sofitel, Meirelles seguiu para o aeroporto, ara ir até Brasília, onde ainda teria de cumprir agenda ontem.