Título: Nomes provocam confusão
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Fonte: O Estado de São Paulo, 24/03/2006, Economia & Negócios, p. B6

A ação da Polícia Federal no escritório de representação do Credit Suisse em São Paulo provocou uma confusão entre os não-participantes do mercado financeiro. Porém, o mercado sequer se mexeu ontem diante desse fato. Isso porque o imóvel invadido na terça-feira não tem ligação com o banco de investimentos Credit Suisse, presidido por Antônio Quintella, que há até bem pouco tempo se chamava Credit Suisse First Boston/Garantia.

Já o que sofreu busca e apreensão está sob suspeita de lavagem de dinheiro e remessa ilegal de dólares é uma empresa que representa os interesses do banco suíço no Brasil, dirigida por Peter Schaffener, e não é autorizada a operar como banco, no Brasil, pelo Banco Central. Ela está ligada ao departamento de wealth management (administração de riquezas) do CS na Suíça, que administra recursos de pessoas físicas ricas pelo mundo.

O banco suíço, no entanto, é dono dos dois estabelecimentos. Um é originário da compra do Banco Garantia pelo First Boston, depois adquirido pelo Credit Suisse. O outro é um escritório de representação. Aliás, há outro escritório desse tipo no Rio, cujo representante é Alex Hagler. Já o banco de investimento, o antigo First Boston CSFB/Garantia, é autorizado pelo BC a operar no Brasil. Pode captar recursos, promover fusões e operar no mercado de capitais. Foi, por exemplo, o responsável pela operação AmBev/Interbrew. Foi também do banco de investimentos que saiu Rodrigo Azevedo, atual diretor de Política Monetária do BC.

O CSFB/Garantia resolveu mudar de nome em janeiro deste ano para Credit Suisse, por questões de marketing. Tanto assim que, a cada vez que a imprensa se esquecia da mudança de nome, vinham reclamações. Com o acontecimento desta semana, devem estar arrependidos.