Título: Manejo da ração eleva lucros
Autor: Beth Melo
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/04/2006, Agrícola, p. G6

O jovem advogado Cesar Augusto Cattânio abandonou a carreira para dedicar-se à criação de tilápias. "Começamos a entrega em março de 2005, com 2.880 quilos, hoje, enviamos 8 mil quilos por semana", diz Cesar. A produção já alcança 300 toneladas/ano.

Cesar conta que a alimentação é feita à base de ração comercial extrusada. O arraçoamento é feito a barco. "Ao todo, são fornecidos 1.500 quilos de ração em quatro tratos diários, ou 45 toneladas de ração/mês", calcula. A taxa de conversão alimentar é de 1,56 de ração por quilo de peixe. Cesar diz que a ração representa 70% do custo do peixe. "O custo de produção corresponde a 85% do preço de venda, mas a meta é baixar para 80%." Por essa razão, afirma, a alimentação exige monitoramento. "Quando sobe a temperatura, aumentamos a quantidade de ração, e quando baixa, diminuímos a quantidade."

SEM ANTIBIÓTICOS

Quanto à sanidade, Cesar diz que não utiliza antibióticos. Somente quando é feita a movimentação das tilápias é usada uma mistura de sal de cozinha e água, que, segundo ele, funciona como desinfetante. "Essa medida garante a sanidade", diz. Outro cuidado é com a qualidade da água, que é objeto de pesquisa da Unesp de Ilha Solteira, para garantir que a atividade não polui a água.

Presidente da Associação Comercial de Ilha Solteira e dono de uma casa de carnes na cidade, Luiz Felicio Altimare, também aderiu à criação de tilápias e é associado da Aproaqua. "A atividade é promissora, por causa da disponibilidade de água limpa e abundante na região", diz. Por enquanto, Altimare diz que a associação está restituindo o dinheiro de quem investiu recursos próprios e dos que obtiveram financiamento do Feap. "Como os associados não dependem da atividade, a idéia é reinvestir na ampliação do criadouro e no aumento da produtividade", afirma. "Só depois, vamos dividir os lucros, conforme a quantidade de cotas de cada associado."

COMERCIALIZAÇÃO

A engorda varia de 4 a 6 meses e o quilo de peixe é vendido por R$ 2,50 para uma empresa de processamento de Promissão (SP). As tilápias são embarcadas vivas, em caminhão-tanque com oxigênio. Para manter os peixes calmos durante o percurso de 280 quilômetros até a indústria a temperatura é baixada em 2 graus, de 28 para 26 graus. "Peixe que chega morto é descartado."