Título: Para Fiesp, quadro já permitiria 6% a 7%
Autor: Eduardo Kattah, Fernando Dantas
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/03/2006, Economia & Negócios, p. B5

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, espera que a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) seja reduzida dos atuais 9% ao ano para a faixa de 7% a 8% na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) marcada para amanhã. Para Skaf, não há razão para que a taxa cobrada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nas operações de crédito para financiamento de investimentos produtivos continue tão elevada.

"Quando a TJLP estava em 9,75% o risco Brasil era 1.400. Hoje, com o risco em 230 ou 240, não tem o mínimo sentido continuar em 9%", afirmou ontem o presidente da Fiesp, argumentando que um dos componentes da TJLP é o risco Brasil. Skaf participou do Fórum Empresarial Brasil-Itália, que recebe 250 empresários italianos para rodadas de negócios que terminam hoje na Fiesp.

Segundo ele, a situação atual permitiria um corte ainda maior na TJLP, para níveis entre 6% e 7% ao ano. "Acho que o CMN vai reduzir, porque é o correto. Mas não acredito que chegue a 6%. Espero que a redução seja a maior possível e que a taxa saia dos 9% para alguma coisa entre 7% e 8%, o que já estimularia os investimentos no País."

Para o presidente da Fiesp, a troca de Antonio Palocci por Guido Mantega no comando do Ministério da Fazenda já é uma página virada. "Espero que se pare de falar da mudança de ministros e se comece a trabalhar com o novo ministro. O Brasil precisa que realmente as coisas aconteçam e nós percamos o mínimo de energia em relação à mudança que aconteceu."

Segundo Skaf, não há nenhum motivo para os empresários se preocuparem com a atuação do novo ministro da Fazenda. "O ministro Mantega é uma pessoa equilibrada e merece a nossa confiança. Sua visão do País é positiva e não coloca em risco a estabilidade."

O presidente do Grupo Fiat no Brasil, Cledorvino Belini, que também participou do Fórum Empresarial Brasil-Itália, também não vê motivos para turbulências em razão da troca do comando da economia.

"O Brasil é maior do que qualquer brasileiro e precisa continuar a sua trajetória, reduzir os juros e realmente dar um salto no crescimento econômico para que possamos atrair cada vez mais investimentos."