Título: Defesa dos negros é destaque
Autor: Thélio de Magalhães e Iuri Pitta
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/04/2006, Metrópole, p. C1

Ex-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, a vereadora Claudete Alves (PT) é conhecida por ser defensora do movimento negro. Tanto que um dos principais projetos aprovados em seu primeiro mandato (2003-2004) foi o que instituiu como feriado municipal o Dia Nacional da Consciência Negra, em 20 de novembro. Outro projeto de destaque na área é o que determina que todas as peças publicitárias da Prefeitura devem ter negros e negras. Mas, na época, a então prefeita Marta Suplicy (PT) vetou artigos polêmicos do projeto, como o que exigia cota mínima de 30% para negros nos cargos em comissão do Executivo e até no quadro de funcionários de empresas que participassem de licitações. Outro projeto polêmico que não passou foi o que mudava o nome da Praça da República para Praça da República dos Palmares.

Mas, quando o assunto se refere aos servidores de seu gabinete, a polêmica aumenta. Claudete apresentou ainda no primeiro mandato um projeto, que não foi aprovado, que destinava gratificação de servidores do gabinete para gastos do mandato. O que sobrava deveria ser dividido entre os funcionários. Tanto que ela chegou a aplicar a medida em seu gabinete, onde funcionários se cotizavam para bancar os gastos do mandato.

Claudete foi autora ainda de dois projetos aprovados que ganharam destaque: o que proíbe a colocação de materiais publicitários, comerciais, promocionais e de campanha eleitoral em pontes, viadutos e postes; e outro que transforma as auxiliares de desenvolvimento infantil, que trabalham nas creches municipais, em professoras da rede municipal de ensino.

A vereadora foi ainda o centro de um tumulto, com gritaria, empurrões e bate-boca na Câmara Municipal, em abril do ano passado. Ela subiu à tribuna para criticar o que chamou de "ditadura do PSDB e daqueles que já se venderam", durante a sessão que deveria votar o projeto que aumentava a contribuição dos servidores municipais à previdência de 5% para 11%. E ainda discutiu com os tucanos José Aníbal, Dalton Silvano e Gilson Barreto. Sua atitude quase lhe rendeu processo por falta de decoro parlamentar.