Título: Órgão sustenta que não tem acesso a contas
Autor: Vannildo Mendes
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/04/2006, Nacional, p. A4

Em nota divulgada à noite pelo Ministério da Fazenda, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) defendeu o procedimento adotado em relação às informações bancárias do caseiro Francenildo dos Santos Costa, o Nildo. Na nota, o Coaf reitera que não faz "investigações ou devassas" na vida das pessoas. Diz ainda que não tem acesso a contas bancárias e sua atuação só ocorre "após o recebimento de uma Comunicação de Operação Suspeita proveniente das entidades obrigadas (instituições financeiras)".

Segundo a nota do Coaf, os "relatórios de inteligência" que produz são elaborados por informações recebidas das instituições financeiras e por outras disponíveis em seu banco de dados. Segundo a nota, esses relatórios são protegidos por sigilo bancário e encaminhados às autoridades competentes (Polícia Federal e Ministério Público), "para as providências que julgarem cabíveis". Alega ainda que "muitas vezes" esses relatórios são remetidos em menos de 24 horas para as autoridades competentes.

A nota não explica, porém, o critério que levou o Coaf a produzir relatório como esse sobre uma movimentação atípica feita em um período curto de tempo (três meses) e de valor bastante baixo se comparado aos milhões diariamente informados pelos bancos e analisados pelo órgão. Contrariando informação da PF, o Coaf afirma que o ofício que recebeu da instituição, datado do dia 5, solicita apenas informações de "natureza estatística".