Título: "Estou preparado para governar SP"
Autor: Aloizio Mercadante
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/05/2006, Nacional, p. A8

Neste domingo, os filiados do PT escolhem quem será o candidato do partido ao governo do Estado de São Paulo. Duas fortes razões me levam a pleitear a indicação dos meus companheiros. Primeiro, porque, acima de tudo, acredito estar preparado para governar o Estado onde nasci, me criei, fiz minha vida profissional e para o qual tenho dedicado toda minha vida pública. Segundo, porque acredito ser o candidato que reúne as melhores condições eleitorais para debater os grandes temas nacionais e estaduais que estarão presentes nesta campanha, defendendo o governo Lula e o nosso projeto nacional.

Acabo de lançar o livro Brasil, Primeiro Tempo (Editora Planeta), comparando as realizações de apenas 3 anos do governo Lula com o governo anterior. Fugindo da retórica fácil, exponho números e dados objetivos que comprovam a eficiência do nosso governo em aspectos fundamentais para a transformação do País. Só para citar alguns, lembro que o governo Lula estabilizou e reativou a economia, duplicou as exportações, conseguiu o maior salário mínimo dos últimos 20 anos, criou 3,8 milhões de empregos com carteira de trabalho assinada, reduziu o valor da cesta básica, colocou o jovem pobre na faculdade com o ProUni, diminuiu a pobreza e aumentou a freqüência escolar em todos os níveis com o Bolsa Família.

Neste novo cenário nacional, São Paulo não pode mais ficar para trás, como tem ficado, pela ineficiência do PSDB nesses 12 anos de governo. Temos de buscar um novo caminho que faça este Estado voltar a crescer e gerar empregos. O Estado de São Paulo, que representa um terço do PIB nacional e quase metade das exportações brasileiras, participava de 51% da indústria brasileira quando o PSDB começou a governar. Hoje essa participação caiu para 45%. Parte dessa queda se deve à perda de dinamismo da indústria, decorrente da guerra fiscal, que não foi enfrentada pelo governo Alckmin.

Estou certo de que o PT, com sua militância aguerrida, tem a possibilidade histórica de governar São Paulo a partir de 2007, pois há um sentimento de renovação e um esgotamento do padrão do PSDB. Para isso, teremos de pautar um debate qualificado e aprofundado, apresentando alternativas concretas para os principais problemas do Estado.

Como fundador do PT e militante nesses 26 anos, acumulei grande experiência. Fui coordenador do programa de governo das campanhas presidenciais, deputado federal, líder da nossa bancada na Câmara e o senador mais votado da história do Brasil. Em 2002, tive quase 10,5 milhões de votos, quase 3 milhões a mais do que Alckmin obteve como candidato a governador. Nos últimos três anos, como líder do governo no Senado, tive a oportunidade de colaborar na negociação e na aprovação de projetos que trouxeram mais recursos para São Paulo e de participar de todas as importantes decisões que estão transformando o País, o que me permitiu uma visão ampla sobre o Brasil e o nosso Estado.

Acredito que só teremos possibilidade de conquistar o governo com uma candidatura competitiva e com condições de crescer em todas as faixas do eleitorado. Tenho índices de rejeição muito baixos, o que me dá maiores chances de vencer a corrida eleitoral. Estão hoje ao meu lado 55 dos 57 prefeitos do PT no Estado, 10 dos 16 deputados federais, a maioria dos deputados estaduais, e também o importante apoio de 380 dos 471 vereadores do PT, de 18 dos 19 coordenadores de macrorregiões e de cerca de 95% dos sindicalistas ligados à CUT.Sem contar o apoio fundamental do presidente Lula, que, apesar de manter a reserva que lhe cabe como presidente da República, considera a minha candidatura a mais viável para o PT hoje.

Sinto-me preparado e capacitado para implantar um programa de governo que devolva a São Paulo seu dinamismo e a liderança nacional na economia e, ao mesmo tempo, tenha um olhar mais humano e generoso com as pessoas, principalmente as que mais precisam do poder público, como vem fazendo o governo Lula no âmbito nacional.