Título: Importação bate recorde com fim de greve
Autor: Adriana Fernandes
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/07/2006, Economia & Negócios, p. B4

As importações brasileiras na segunda semana de julho bateram recorde, registrando US$ 2,06 bilhões. Foi o maior volume de compras externas alcançado numa única semana. As maiores importações foram de produtos siderúrgicos, combustível e lubrificante, cobre, farmacêuticos, automóveis, eletroeletrônicos e químicos.

No período, as exportações totalizaram US$ 3,28 bilhões, resultando num superávit da balança comercial de US$ 1,22 bilhão na semana. O superávit acumulado em julho já está em US$ 2,91 bilhões.

No ano, o saldo positivo do comércio exterior do País subiu para US$ 22,44 bilhões, superior ao superávit de US$ 21,36 bilhões obtido no mesmo período de 2005.

Segundo fontes da área técnica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o resultado recorde das importações reflete, em parte, o fim da greve dos fiscais da Receita.

O despacho de mercadorias que estavam paradas em função da greve, que durou 60 dias, já havia levado as exportações a baterem recorde na semana anterior. Agora, foi a vez das importações.

Além do fim da greve, o aumento das importações reflete, uma tendência que já era esperada pelos especialistas. Eles já vinham projetando maior volume de compras no segundo semestre, por causa dos efeitos da taxa de câmbio e da expansão da atividade econômica.

Além disso, tradicionalmente as importações, a partir da segunda metade do ano, ganham maior fôlego com o aumento das encomendas das empresas.

De acordo com os números divulgados ontem pelo MDIC, a média diária das importações na segunda semana de julho, de US$ 412,6 milhões, foi a mais alta do ano e elevou a média do mês para US$ 393,1 milhões. As importações acumuladas até a segunda semana do mês registraram uma expansão de 36,3% em comparação com a média de julho do ano 2005.

Já as exportações, depois de baterem recorde semanal nos primeiros sete dias do mês, apresentaram na segunda semana, pela média diária, um recuo de 7,8% sobre o valor alcançado na primeira semana.

As exportações acumuladas no mês até a segunda semana apresentam um crescimento de 29,9% sobre a média de julho do ano passado.