Título: Goldman é escolhido vice na chapa de Serra
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/06/2006, Nacional, p. A8

O candidato José Serra indicou ontem à noite à Executiva Estadual do PSDB o nome do deputado Alberto Goldman para ser seu vice. Com a indicação de Guilherme Afif Domingos, do PFL, para o Senado, a aliança PSDB-PFL fechou ontem a chapa majoritária com que concorrerá às eleições de outubro. Hoje, ao meio-dia, na sede do PFL, o candidato anuncia formalmente os dois nomes.

Goldman era preferência pessoal de Serra porque - se eleito - o ex-prefeito poderá se desincompatibilizar sem atropelos em abril de 2010, para concorrer à Presidência da República. Mesmo assim Serra tentou, sem êxito, uma aliança com o PMDB, desde que o nome indicado fosse de sua confiança. Ontem Goldman afirmou que ele e Serra terão agendas diferentes. "Vice tem de saber cumprir o seu papel com discrição e lealdade, preenchendo os espaços que o titular não puder ocupar. É o que farei", disse.

PARTIDÃO

Como Serra e Mário Covas, Goldman estudou Engenharia Civil na Escola Politécnica, da USP. Seus pais, judeus poloneses, vieram para o Brasil fugindo das perseguições nazistas. O pai, ex-padeiro e ex-alfaiate, montou uma confecção no bairro do Bom Retiro, tradicional reduto de imigrantes judeus. Goldman era do Partido Comunista Brasileiro, mas foi eleito deputado estadual em 1970 pelo MDB e reeleito em 1974.

Depois foi deputado federal por seis mandatos, as duas últimas pelo PSDB, para o qual se mudou depois de perder espaço no PMDB. Foi também secretário estadual paulista e ministro dos Transportes no governo Itamar Franco. No PSDB, foi líder da bancada federal e hoje é vice-presidente nacional do partido.

Já Afif, influente líder empresarial de São Paulo, traz para a chapa a simpatia de 2 milhões de pequenos e microempresários paulistas. Ele diz que vai explicar ao eleitor a importância de cobrar do governo federal o retorno dos impostos. "O prefeito (Gilberto Kassab)faz muito com pouco, mas Lula faz pouco com muito, além do desperdício e da corrupção", afirmou.