Título: Alckmin recebe apoio em São Paulo
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Fonte: O Estado de São Paulo, 19/07/2006, Nacional, p. A7

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, recebeu ontem, em São Paulo, apoio de lideranças de 11 partidos - de um total de 14 - com assento na Assembléia Legislativa do Estado. Não estiveram presentes ao café da manhã, a primeira agenda do dia do presidenciável, apenas representantes do PT, de Luiz Inácio Lula da Silva, do PC do B e do PL.

Do encontro com o ex-governador paulista, participaram até mesmo parlamentares do PDT, partido que tem candidatura própria à Presidência. O senador Cristovam Buarque (DF) disputa o Palácio do Planalto.

Também a deputada do PRB, Maria Almeida, da legenda do vice-presidente José Alencar e candidato a vice na chapa pela reeleição junto com Lula, participou do encontro ontem.

Ex-governador paulista - cargo que exerceu durante seis anos -, Alckmin comemorou o apoio no Estado. Disse acreditar que a adesão ao seu nome ontem é fruto "da confiança" do seu trabalho frente ao Palácio dos Bandeirantes.

Deputado do PDT, Geraldo Vinholi justificou sua presença, apesar de seu partido ter candidato próprio. Afirmou que fora ao ato em razão de convite recebido e que Cristovam "estava honrando o PDT" com sua candidatura. "O que Alckmin fez por São Paulo merece respeito. E é importante deixarmos as portas abertas", afirmou. Em um eventual segundo turno, disse que a decisão caberá ao PDT, e não a ele próprio. Mas adiantou que sua sigla terá "dificuldade em acompanhar" Lula.

Na breve saudação que fez para agradecer ao apoio, Alckmin disse que eleição "não é guerra". A política, segundo o candidato, é "trabalho pelo coletivo, amor ao próximo".

HOMEM DE FÉ

Depois, em entrevista, o ex-governador paulista, católico fervoroso, reforçou que a "disputa política deve ser bem-feita, pelo caminho do bem".

Alckmin acabou admitindo que tem rezado com freqüência não apenas para ele mas também para todos os postulantes ao Palácio do Planalto. "Eu rezo para todo mundo. Rezo mesmo. Domingo fui à missa e rezei. Pra mim, pro Lula, pra todo mundo", assegurou o tucano. Provocado por jornalistas se para o presidente Lula rezava menos, sorriu e disse que não.

O candidato do PSDB assistiu à missa no último domingo em uma paróquia do Ibirapuera, na zona sul. Freqüentemente, o presidenciável tucano comparece, em São Paulo, a celebrações na Paróquia Santo Antônio do Caxingui e nas capelas do colégio Santo Américo e São Pedro São Paulo.

Por fim, demonstrou confiança de que chegará ao segundo turno da disputa com Lula. "O eleitor é sábio. Vai levar a disputa para o segundo turno para tirar a dúvida, para comparar melhor, ter as propostas mais claras", declarou o candidato. A.P.S.

Carro oficial na campanha O vice-líder do PTB na Assembléia, Marcelo Bueno, utilizou carro oficial para participar de um ato da campanha do candidato a presidente pelo PSDB, Geraldo Alckmin, ontem pela manhã. Ele foi flagrado quando chegava ao local do evento, na zona sul da capital paulista. Quando a reportagem telefonou para o gabinete do parlamentar, horas depois, foi possível ouvir Gilda, uma funcionária de Bueno, conversando, pelo rádio, com o motorista, identificado como Amarantino.

"Diga para o deputado que tem uma repórter do 'Estadão' querendo falar com ele sobre o café da manhã do Alckmin", disse Gilda. O motorista respondeu: "Veja se é homem ou mulher porque eu levei o deputado com o carro oficial e fotografaram." O flagra foi do repórter-fotográfico Sérgio Castro. Depois, o próprio deputado alegou que usou o carro porque estava em trânsito e havia problema no ar-condicionado. "O motorista só me deixou e levou o carro para a Assembléia."