Título: Teste nuclear norte-coreano divide ONU
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Fonte: O Estado de São Paulo, 05/10/2006, Internacional, p. A23

O Conselho de Segurança da ONU está dividido sobre a resposta a ser dada à Coréia do Norte depois que o país anunciou, na quarta-feira, que realizará um teste nuclear, admitiu ontem o embaixador americano John Bolton. Os EUA exigem uma resposta severa, enquanto a China pede moderação. 'A Coréia do Norte tem protetores no Conselho', disse Bolton, referindo-se aparentemente à China e à Rússia.

O Japão, presidente de turno do Conselho, preparou um esboço de comunicado exigindo que a Coréia do Norte cancele o teste, caso contrário sofrerá conseqüências - não especificadas. Os EUA encaminharam uma advertência direta nesse sentido ao governo norte-coreano, disse o secretário-assistente de Estado Christopher Hill. 'Não vamos tolerar uma Coréia do Norte nuclear', advertiu Hill.

Entretanto, a China - que tem poder de veto no Conselho e mantém boas relações com os norte-coreanos - recomendou que a crise seja resolvida pelo diálogo, 'e não tomando medidas que piorem a situação'.

Um funcionário do Pentágono disse ontem, sob anonimato, que os EUA detectaram atividades suspeitas em possíveis campos de testes nucleares subterrâneos da Coréia do Norte.

IRÃ PRESSIONADO

Outro país sob pressão por causa de seu programa nuclear é o Irã, que se nega a suspender o enriquecimento de urânio - que poderia ser usado na produção de bombas. O chanceler da União Européia, Javier Solana, indicou ontem que o caso pode ser levado em breve ao Conselho de Segurança para a adoção de sanções. 'O diálogo (com Teerã) não pode durar para sempre e cabe aos iranianos decidir se o tempo das negociações acabou', disse ele. O Irã garante que seu programa nuclear é pacífico e reiterou ontem que não recuará.

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