Título: Indústria de móveis de Mirassol ganhou eficiência, mas agora pena com o câmbio
Autor: Patrícia Campos Mello
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/08/2006, Economia, p. B4

No pólo de produção de móveis de Mirassol, na região de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, as exportações caíram de 25% a 30% no último ano. O pólo tem 220 empresas, 85% pequenas e micros, espalhadas em 15 cidades da região. Elas exportam cerca de 20% da produção.

As exportações vinham crescendo muito com a introdução do arranjo produtivo. ¿As empresas vão juntas para o México, África e países dos Mercosul, fazem rodadas de negócios e vendem bem seus produtos. Isso não acontecia antes das APLs¿, diz o presidente do Sindicato da Indústria do Mobiliário de Mirassol (Simm), Pedro Benvindo Rodrigues. Mas a queda do dólar atrapalhou o desempenho do pólo. ¿A desvalorização do dólar é o único problema que temos aqui¿, diz Rodrigues. Um problemão que levou empresas do pólo a reduzir as atividades, chegando a demitir trabalhadores. ¿Estamos num limite insustentável, que está trazendo prejuízo para as empresas¿, afirmou Rodrigues. Para ele, a cotação ideal do dólar deveria ser de R$ 2,60 para assegurar as margens de lucro.

A introdução do Arranjo Produtivo Local (APL) mudou a mentalidade dos empresários. Segundo Rodrigues, após a instalação do APL, as empresas de Mirassol ganharam mais poder de concorrência, se inovaram tecnologicamente e passaram a ter gestões mais profissionais.

¿Elas olhavam para si como concorrentes¿, diz. ¿Agora, entenderam que nossos concorrentes não estão aqui e se modernizaram. Hoje, elas participam de feiras em várias partes do mundo e fazem compras em grupo. Pena que o dólar não ajuda.¿