Título: Piloto da Polar Air critica torre
Autor: Juliano Machado
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/11/2006, Metrópole, p. C4

Mesmo sem ter conseguido contato via rádio com os pilotos do Legacy, controladores do Cindacta 1, de Brasília, não tentaram nenhum tipo de comunicação alternativa com o jato. O relatório divulgado ontem mostra que a iniciativa de estabelecer uma ponte entre o Legacy e o controle foi do piloto de um Boeing da empresa Polar Air, que sobrevoava a região, e não dos profissionais brasileiros.

Segundo o coronel Rufino Ferreira, presidente da comissão de investigação, as normas internacionais não estabelecem qual deve ser a conduta dos controladores nesses casos. 'Depende da situação e, como ainda não falei com os profissionais do Cindacta-1, não sei dizer se eles sentiram, naquele momento, a necessidade de estabelecer uma ponte de comunicação', disse o militar.

Na opinião do piloto da Polar Air, Alexandre Gomez, de 43 anos, os controladores deveriam ter agido. 'Se eles não conseguiam contato, deveriam ter chamado na freqüência de emergência.'

Às 17h13, sete minutos após o colisão entre o Legacy e o Boeing da Gol, Gomez viu o chamado de emergência na tela de sua cabine e alertou o controle de Manaus (Cindacta-4). Ele afirmou que foram os próprios pilotos do jato, Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, que decidiram pousar na base da Serra do Cachimbo. 'Pilotos mal treinados não teriam a frieza de acionar a freqüência de emergência e muito menos saberiam que havia uma pista de pouso na região', diz o piloto, que é colombiano e vive em Miami.

Além de acionar o Cindacta, Gomez auxiliou na conversa entre os pilotos e um militar da base que tentava transmitir coordenadas para o pouso. 'Ele não entendia o que Lepore perguntava.'