Título: Novos contratos exigem US$ 800 milhões em 3 anos
Autor: Pamplona, Nicola
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/09/2006, Economia, p. B5

A Bolívia vai precisar de US$ 800 milhões nos próximos três anos para atender os novos contratos de exportação de gás que pretende assinar. O presidente da estatal boliviana YPFB, Juan Carlos Ortiz, disse ontem que esse investimentos será necessário para cumprir o novo contrato em negociação com a Argentina, que prevê exportações de 27 milhões de metros cúbicos por dia, e outros em avaliação pelo governo.

No início da semana, o ministro boliviano dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, afirmou que as empresas que atuam no país terão de investir US$ 1,5 bilhão. Os valores devem constar dos contratos que serão assinados até o fim de outubro, como estabelece o decreto de nacionalização de 1º de maio.

As declarações são uma reação a estudo da Câmara Boliviana dos Hidrocarbonetos que pôs em dúvida a capacidade do país de fazer as entregas prometidas. Segundo o estudo, a capacidade atual de produção na Bolívia é de 41 milhões de m3 por dia, que não alcança os volumes comprometidos com contratos de exportação e mercado interno, de 45 milhões de m3 por dia.

O presidente da YPFB garantiu que o cálculo 'não é correto nem preciso' e assegurou que a estatal 'está em condições de cumprir todos os contratos' de exportação. Ele disse que nenhum dos clientes consome hoje o total contratado.

O Brasil, afirmou, consume 26 milhões de m3 por dia, 4 milhões a menos que a capacidade do Gasoduto Bolívia-Brasil. A Argentina compra 5,5 milhões de m3 por dia, enquanto o contrato prevê 7,7 milhões. Anteontem, a Petrobrás divulgou nota reforçando sua confiança na capacidade da Bolívia de entrega dos 30 milhões de m3 por dia até 2019.